Sur-pre-sa!
Digo que não gosto de planejar a vida. Louvando, assim, a velha filosofia do "deixar as coisas acontecerem naturalmente". E sei, realmente sei, que não gosto de surpresas. Gosto de ter uma certa ideia do que vai acontecer, do que eu irei fazer e de como deverei agir. Surpresas boas são bem vindas, mas, ainda assim a ideia de saborear lentamente a certeza de algo bom se aproximando parece mais acalentadora que uma boa surpresa. Talvez eu não saiba reagir a elas. Digo, às surpresas. Posso ficar meio atônita, sem reação e todos sempre esperam reações. A apatia nunca é esperada ou desejada.
Por outro lado -e não entendo muito bem como- gosto de planejar surpresas. Primeiramente pelo fato de haver o planejamento, todo um pensar voltado para surpreender positivamente aquelas boas pessoas pelas quais tenho grande apreço. Gosto das reações. Imagino as reações felizes e empolgadas.
Surpresas parecem coisas boas de ser fazer. Minhas dúvidas só são em saber se realmente as gosto de receber.
Posso afirmar que não gosto de ser previsível para os outros, mas talvez não esteja preparada para as imprevisibilidades? É, acho que é isso.