Aquela Velha Igreja
De joelhos evoco a Deus mais uma vez em oração. Meu coração está apertado por olhar a velha igrejinha que me viu crescer.
Ouço um choro. Ergo a cabeça. Onde estão todos os irmãos? Sumiram de repente?
Eis que surge na porta um casal humilde, os rostos parecem felizes. Trazem, envolto numa manta rosa, um bebê. E como chora a menina! Lágrimas brotam dos meus olhos ao ver meus pais apresentando-me ao Senhor.
A bela imagem da bebezinho erguida aos céus some como fumaça. Olho em direção à porta e vejo uma meninazinha entrando alegremente com uma revistinha nas mãos. Sorrio ao reconhecer as marias chiquinhas que usava nos cachinhos dourados. Sento-me no grupinho das crianças entoando uma canção antiga.
A imagem que se segue é de uma pré adolescente cantando. Segura o microfone com firmeza. Olhos fechados. Mãos erguidas. Que saudade desses tempos.
Olho outra vez e me vejo do alto dos meus 18 anos, interpretando o papel de Maria na apresentação natalina.
Vejo as cortinas mudarem de cor. Ouço a marcha nupcial. Vejo meu príncipe sorrindo nervoso em frente ao altar. Meu pai Me guiando pelo extenso corredor sob olhares emocionados de todos os amigos e irmãos.
Volto a mim. As lágrimas vertem sem limites. Esta Igrejinha representa para mim uma vida. Quantas coisas compartilhei com cada uma dessas pessoas. Quantas alegrias e tristezas.
Em silêncio, rogo a Deus que me permita estar a cada dia de minha vida em sua casa, servindo a ele, dedicando-lhe o meu melhor sempre. Porque tudo o que sou devo a ele que me criou e me escolheu desde o ventre de minha mãe.
Louvado seja o nome do Senhor por todos os benefícios que me tem feito! !