Mais humanos e Menos deuses
Nós vamos envelhecendo e passamos a assumir que temos defeitos, depois de anos e anos, desde o berço, passando pelas instituições de ensino às igrejas escutando os conceitos tidos como verdades, isto nos torna arrogante ao ponto de ter vergonha, pudor, medo de errar.
O sistema não nos permiti errar, e isto eu falo como um todo. Eles podem até dizer que sim, que se errarmos irão nos acolher, que estarão ao nosso lado sempre que pudermos. De fato, sabemos que antes de alguma mão estendida teremos algumas rajadas de palavras dilacerando nossa esperança. São foices tingidas de verdades.
Acredito que Fabrício Carpinejar já nos deixou bem claro quando disse “as piores feridas acontecem em nome da sinceridade” e eu ouso tentar complementar ao dizer que estas feridas não cicatrizam.
Foi tudo bem preparado para nos odiarmos. Para nunca vencermos, para nunca nos amarmos realmente.
Eu posso até me afastar de algumas pessoas, mas é para evitar maiores dores. Eu os deixo com as verdades e ficarei com a solidão: somente a solidão me escuta do jeito que eu gostaria que alguém escutasse minhas aflições. Por que quando alguém dá palpite de como devemos ser/fazer diante de determinada situação sem ser solicitado, ele não está tentando nos ajudar, mas sim, fortalecendo sua vaidade à custa de nossas possíveis fraquezas. Por vezes, este também não faz por mal, ele poderá fazer o referido de forma inconsciente, ele também necessita de algo para se sentir bem, porque como eu havia dito o sistema não poupa ninguém. Ele também se sente muito mal, mesmo se não sabe.
O que eu arrisco afirmar é que sei que o mundo fica mais belo quando aceitamos algumas coisas: quando aceitamos que vamos errar por sermos imperfeitos. Que vamos nos iludir. Que vamos sofrer antes de ser feliz. Que vamos chorar muito antes de poder despertar alguma alegria em alguém. Que vamos fazer piadas, no intuito de fazer o interlocutor sorrir, e ele verá aquilo como insulto. Que vamos falar o que não devia para pessoa amada.
O que eu arrisco afirmar é que sei que o mundo fica mais belo quando aceitamos que somos mais humanos e menos deuses.