Morrer é algo tão natural
Morrer não é nada. Morrer é um nada que nos retorna ao nada eterno, ao nunca mais, à eternamente coisa nenhuma, a ausência de tudo e de qualquer coisa, mas nunca ao nada físico, pois que estaremos presentes como átomos, ou como partículas que nos compuseram para toda e eternidade, como sempre estivemos presentes como partículas desde o início e por todo o sempre, enquanto pelo menos este sempre real existir, até que o decaimento final, de tudo e de qualquer coisa se faça o fim material, mas mesmo neste cenário de absoluto final material, haverá de existir a flutuação quântica, o nada que é tudo, se não tudo, o nada que muita coisa é, o vácuo repleto de partículas virtuais, de energia escalar que seja, e deste nada que é por sí só muita coisa há de renascer um novo, ou novos mundos materiais, mas a morte mental, dos “eus” que me compõem serão uma verdade eterna, desde que eu me vá e por todo o sempre, seja o eterno o que quer que venha a ser, mas de qualquer forma, e por isto mesmo, a morte nada é, é o nada que me devolve para o nada que sempre fui antes de existir e que sempre existirá após eu me for, mas o mais curioso de tudo, é que jamais conhecerei a morte, como ela “me conhece”, pois que enquanto vivo nunca saberei em primeira pessoa o que é ela, e no exato momento em que a morte mental chegar, já não mais serei ninguém para saber o que ela é, apenas somos capazes de conhecer a morte em segundas e terceiras pessoas, a morte dos outros, a morte daqueles que vivos conhecíamos ou não, ou mesmo que amávamos, e como dói a morte daqueles que amamos.
Somos seres falíveis, fatais, terminais em nossa passagem mental por aqui, incompetentes e eternos ignorantes do que realmente seja o ato de morrer, enquanto ator desta mesma morte. Podemos sentir sua proximidade, mas sempre será mero reflexo do medo, pois que talvez seja o medo mais instintivo que temos, o medo da morte, o medo do morrer, o medo da morte de quem amamos, por isto inventamos lendas, dogmas, estórias de deuses, de mundos espirituais, de seres divinos, de alma e de espíritos que nunca se vão para todo o sempre, e de consequente vida depois da morte, para minimizar este medo, para nos dar certo conforto mental sempre que perdemos alguém que muito amamos, como nossos filhos. Que conforto poder imaginar que eles estão em algum lugar, que eles estão nos vendo, e que podem estar nos acompanhando e ajudando, mas desejar nunca foi sinônimo de verdade, por mais que deseje eu que a morte não seja o fim, ela virá e me levará para este fim, sem que eu saiba, sem que eu queira, sem que eu a procure, ela é nossa companheira. Sem que eu perceba, mesmo experimentando a morte em toda a sua plenitude, ela tomará meu ser e o colocará debaixo deste nada, que é o morrer. Mas nenhum conforto pode ser maior que a verdade, por mais que tentem me convencer que este conforto é bom, fruto de inverdades não o entendo como coerente com a realidade do que ele seja.
Morrer para quem se vai nada é, entretanto morrer para quem fica, para quem amava o que se foi, é executar certa dor, certa falta, certa saudade, certo desespero, para isto existe o luto, para aprendermos a aceitar e minimizar a dor da falta, a dor da ausência, a dor da saudade, a dor da perda, mas a morte tem uma virtude, a de nos mostrar a beleza do viver, a de nos fazer mais valorizar a vida, ou pelo menos ela teria esta virtude, infelizmente para muitos, nem isto ela consegue.
Eu amo a vida, eu amo viver, eu amo a beleza máxima da biologia que emerge da química e da física, amo o mental. Apesar de amar a minha vida, mais amo sentido e a realização da vida em sí, de qualquer vida, de toda a vida, da bacteriana, se aqui estamos devemos a ela, até a vida vegetal e animal. Amando ou não a morte, ela se não é a única verdade que tenho coragem de afirmar que compreendo em absoluto, ela se fará presente, ela tomará de roldão a minha vida e a de todos os outros, pelo menos a daqueles que filhos de reprodução sexuada. Ninguém dela escapou. As religiões, todas elas, tiveram que criar mortes para seus ícones, pois de todos os que nasceram de reprodução sexuada, todos se foram, todos tiveram que ir, todos tinham que ir, é uma lei natural. Religiões, todas elas, que tiveram representantes vivos de deuses ou de seres míticos, místicos ou divinos, tiveram que criar estórias de mortes, lindas que fossem, dramáticas, com sentidos que apelassem para seus objetivos subjetivos, para poderem justificar que a morte natural, lhes seria uma verdade absoluta. Nem seres divinos, desde que vivos, dela escaparam: de Cristo a Buda, de Maomé a qualquer outro, se nasceu de reprodução sexuada teve de morrer, mesmo que sua não morte fosse a prova mais cabal de sua essência divina, se não morressem, esta seria uma prova absoluta da existência de algo divino, mas impossível de ser sustentada, mesmo por representantes divinos.
Assim morrer é algo tão natural, que mais ainda me prova que é a natureza tudo o que existe, tudo o que preciso para existir, tudo que posso subjetivamente valorar como bom ou mau, como belo ou feio, como justo ou injusto, mas a natureza é simplesmente insensível ao que penso e ao que gostaria que fosse, ela é e ponto. Porque perder tempo com o transcendental, se a real natureza, imanente, está aqui para me permitir existir e ser o que eu sou.
Morrer não é nada. Morrer é um nada que nos retorna ao nada eterno, ao nunca mais, à eternamente coisa nenhuma, a ausência de tudo e de qualquer coisa, mas nunca ao nada físico, pois que estaremos presentes como átomos, ou como partículas que nos compuseram para toda e eternidade, como sempre estivemos presentes como partículas desde o início e por todo o sempre, enquanto pelo menos este sempre real existir, até que o decaimento final, de tudo e de qualquer coisa se faça o fim material, mas mesmo neste cenário de absoluto final material, haverá de existir a flutuação quântica, o nada que é tudo, se não tudo, o nada que muita coisa é, o vácuo repleto de partículas virtuais, de energia escalar que seja, e deste nada que é por sí só muita coisa há de renascer um novo, ou novos mundos materiais, mas a morte mental, dos “eus” que me compõem serão uma verdade eterna, desde que eu me vá e por todo o sempre, seja o eterno o que quer que venha a ser, mas de qualquer forma, e por isto mesmo, a morte nada é, é o nada que me devolve para o nada que sempre fui antes de existir e que sempre existirá após eu me for, mas o mais curioso de tudo, é que jamais conhecerei a morte, como ela “me conhece”, pois que enquanto vivo nunca saberei em primeira pessoa o que é ela, e no exato momento em que a morte mental chegar, já não mais serei ninguém para saber o que ela é, apenas somos capazes de conhecer a morte em segundas e terceiras pessoas, a morte dos outros, a morte daqueles que vivos conhecíamos ou não, ou mesmo que amávamos, e como dói a morte daqueles que amamos.
Somos seres falíveis, fatais, terminais em nossa passagem mental por aqui, incompetentes e eternos ignorantes do que realmente seja o ato de morrer, enquanto ator desta mesma morte. Podemos sentir sua proximidade, mas sempre será mero reflexo do medo, pois que talvez seja o medo mais instintivo que temos, o medo da morte, o medo do morrer, o medo da morte de quem amamos, por isto inventamos lendas, dogmas, estórias de deuses, de mundos espirituais, de seres divinos, de alma e de espíritos que nunca se vão para todo o sempre, e de consequente vida depois da morte, para minimizar este medo, para nos dar certo conforto mental sempre que perdemos alguém que muito amamos, como nossos filhos. Que conforto poder imaginar que eles estão em algum lugar, que eles estão nos vendo, e que podem estar nos acompanhando e ajudando, mas desejar nunca foi sinônimo de verdade, por mais que deseje eu que a morte não seja o fim, ela virá e me levará para este fim, sem que eu saiba, sem que eu queira, sem que eu a procure, ela é nossa companheira. Sem que eu perceba, mesmo experimentando a morte em toda a sua plenitude, ela tomará meu ser e o colocará debaixo deste nada, que é o morrer. Mas nenhum conforto pode ser maior que a verdade, por mais que tentem me convencer que este conforto é bom, fruto de inverdades não o entendo como coerente com a realidade do que ele seja.
Morrer para quem se vai nada é, entretanto morrer para quem fica, para quem amava o que se foi, é executar certa dor, certa falta, certa saudade, certo desespero, para isto existe o luto, para aprendermos a aceitar e minimizar a dor da falta, a dor da ausência, a dor da saudade, a dor da perda, mas a morte tem uma virtude, a de nos mostrar a beleza do viver, a de nos fazer mais valorizar a vida, ou pelo menos ela teria esta virtude, infelizmente para muitos, nem isto ela consegue.
Eu amo a vida, eu amo viver, eu amo a beleza máxima da biologia que emerge da química e da física, amo o mental. Apesar de amar a minha vida, mais amo sentido e a realização da vida em sí, de qualquer vida, de toda a vida, da bacteriana, se aqui estamos devemos a ela, até a vida vegetal e animal. Amando ou não a morte, ela se não é a única verdade que tenho coragem de afirmar que compreendo em absoluto, ela se fará presente, ela tomará de roldão a minha vida e a de todos os outros, pelo menos a daqueles que filhos de reprodução sexuada. Ninguém dela escapou. As religiões, todas elas, tiveram que criar mortes para seus ícones, pois de todos os que nasceram de reprodução sexuada, todos se foram, todos tiveram que ir, todos tinham que ir, é uma lei natural. Religiões, todas elas, que tiveram representantes vivos de deuses ou de seres míticos, místicos ou divinos, tiveram que criar estórias de mortes, lindas que fossem, dramáticas, com sentidos que apelassem para seus objetivos subjetivos, para poderem justificar que a morte natural, lhes seria uma verdade absoluta. Nem seres divinos, desde que vivos, dela escaparam: de Cristo a Buda, de Maomé a qualquer outro, se nasceu de reprodução sexuada teve de morrer, mesmo que sua não morte fosse a prova mais cabal de sua essência divina, se não morressem, esta seria uma prova absoluta da existência de algo divino, mas impossível de ser sustentada, mesmo por representantes divinos.
Assim morrer é algo tão natural, que mais ainda me prova que é a natureza tudo o que existe, tudo o que preciso para existir, tudo que posso subjetivamente valorar como bom ou mau, como belo ou feio, como justo ou injusto, mas a natureza é simplesmente insensível ao que penso e ao que gostaria que fosse, ela é e ponto. Porque perder tempo com o transcendental, se a real natureza, imanente, está aqui para me permitir existir e ser o que eu sou.