Razão

Tem Razão aquele que racionalmente defende e valoriza o uso da razão. Com razão, defender o uso prático da razão é um ato racional, mas é irracional crer que a razão pura e absoluta possa ser utilizada indiscriminadamente, as cegas, “com unha e dentes”, o tempo todo, em toda e qualquer discussão. O bom racional sabe que desejar apenas e tão somente discorrer, debater ou discutir, sob o escopo e o domínio da razão pura, é caminhar para o suicídio, no uso da mesma arma que escolheu para lutar e defender a verdade, com as mesmas armas que escolheu para esclarecer ou encontrar aquela mesma verdade, ou mesmo para possibilitar que da discussão possa surgir algo de verdadeiro. O bom racional faz uso consciente da razão enquanto racionalmente fizer sentido, enquanto logicamente for possível o seu uso, e tão logo percebe que não há mais argumentação racional que permita sustentar o elevado, sincero, transparente e crítico nível do debate, ou da busca sincera, antes que cometa seu próprio suicídio, e permita o uso irracional de qualquer argumentação pelo seu interlocutor, troca sua linha argumentativa do racional para algo na linha argumentativa de uma análise crítica, sem permitir que caia em contradição com o que racionalmente já se conhece.
 
A razão, semelhantemente a matemática, não existe na natureza, são criações humanas, as mais belas e magnificas criações do intelecto superior humano, e ambas são essenciais para modelarmos e entendermos a realidade que nos cerca, não somente na superficialidade dos fenômenos, mas também no submundo deste real, no como as engrenagens não aparentes desta realidade são também elas realidades naturais e assim totalmente imanentes. Entendo como irracional aquele que busca argumentações ou sustentações transcendentais, místicas ou dogmáticas para qualquer evento real neste universo. Se ainda não possuímos respostas racionais e naturais para algo, não significa que ela não exista, significa apenas que temos muito ainda por aprender, e aos poucos, a ciência, a verdadeira ciência, vem fechando estes espaços reais, os quais ainda não conhecemos seus segredos, mesmo que as custas de abrir novas fronteiras, ajustar ou mesmo ainda substituir alguns conceitos ou paradigmas do saber, e até onde eu sei, nada, absolutamente nada teve comprovação transcendental, enquanto cada vez mais obtemos respostas naturais, reais e imanentes para cada vez mais fenômenos, fatos e situações.
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 14/01/2014
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