Bem vindo
Porque precisamos é de felicidade pra escrever e não rancor; engana-se quem pensa que o 'não-amor' é quem nos enche de inspiração.
Os pensamentos atrofiaram-se, enverrugaram-se e tornara-se um embolotar de folhas secas. Impossíveis surgiram, multiplicaram-se e o jovem escritor não sabia mais se era de ficção, de romance ou de poesia que seu pequeno coração precisava; ás decisões ficaram cada vez mais complicadas, então como alguém que se lança á frente de um projetil ele se lançou... descartou os obstáculos fantasiosos e decidiu que de uma vez por todas só acreditaria no palpável, visível; e que já era hora de enjaular seus outros companheiros, seus co-proprietários.
Então como quem busca por um filho perdido na selva, o jovem entrou no mais profundo de si, batalhou gerras, percorreu milhares de quilômetros e por fim, no limite de sua força deu fim ao que pensava ser certo.
Meses se passaram e o vazio causado pela perda de seu 'outro eu' era quase que alucinante, escrever já não era possível, pensamentos embaralhavam-se e voavam como gaivotas para longe.
Então, com a mesma eficacia que usara para trancafiar seu fiel escudeiro de anos o jovem navegou por dentre os mares perversos, mares que ele mesmo havia criado em seu sub-consciente... Agora era apenas questão de procura.
Agora, já na ilha onde seu 'outro eu' havia sido despachado, no cume de um monte cercado de árvores gigantescas havia uma cabana; uma trilha de papeis rasgados era o caminho a ser seguido...
O encontro foi épico, vi a barba enorme, unhas grandes e seu olhar de compaixão por mim... Olhei-o firme nos olhos, estendi a mão e lhe disse: Vamos meu amigo? Aqui não é seu lugar.
E eis que depois de tantos meses, este texto nasceu.
#BemVindo