Faz parte de mim
Ontem passei a noite toda lendo tudo o que escrevi aqui. Não me surpreendi em me sentir tão sábia de mim mesma por conseguir escrever exatamente o que estava sentindo, e ontem, depois de alguns meses, ainda me identificar. Os dias estão passando, as pessoas estão indo e vindo, as mudanças, cada vez mais intensas e frequentes. Eu não quis ficar parada, e não estou. Mas me sinto vazia, não sinto o equilíbrio de amor e estudos. Não sinto o equilíbrio de felicidade ou responsabilidade. Por que está me parecendo que tive que escolher entre um ou outro? Não era para ser assim. Abandonei e ignorei sentimentos dentro de mim por tanto tempo que estou vazia agora. Como pode eu não amar? De quem eu preciso agora? A resposta é ninguém... E isso é absolutamente triste. Quando eu chorei, anulei, sonhei e fiz de tudo por ele estava fazendo era para mim mesmo. Eu quis um fim, e ele por fim chegou. Já não preciso mais vê-lo na rua, escutá-lo, lembrar-se de seu abraço ou coisa assim. E sabe por quê? Já não me importa mais. Sentada no computadorl, um sol lindo, ouvindo Celine Dion é um contexto de solidão com o qual eu procurei estar. Pensei: Chega de complicações, choros e dor. Vamos seguir em frente. A verdade é que eu abri mão de parte de mim mesma. Eu sofria por ele, mas eu QUERIA sofrer. Era lindo e bom o que eu sentia por ele. O que ele sentia por mim, influenciava, e influenciou muito, mas jamais me fez deixar de amá-lo. Eu mesma me fiz deixar de amá-lo. Quando eu dizia que não importava quanto tempo passasse, quantas evidências eu tive para que eu soubesse que realmente acabou o que nós tínhamos, realmente não importava. Tudo isso só acabou porque eu coloquei um fim. No fundo, sabia que tinha acabo e pronto, mas eu continuei levando. Hoje não sei como ele está mais. Sentir falta dele? Nem um pouco. O que eu sinto falta era de como me sentia quando o via, quando lia uma frase dele e achava que era pra mim, quando imaginava tudo o que ainda poderíamos ser juntos. Feliz? Eu quis mudar, quis pensar em um diferente ângulo na minha vida e de nada adiantou. Não podemos fugir de nós mesmos, mentir pra nós mesmos, porque o que mais sabemos na vida é as nossas verdades, e querer ignorá-las, não dá certo. Elas estão lá. Para ser sincera acho que estou começando a procurar mais um ângulo diferente para seguir. Sem mudar nada, apenas o lado. Eu sou livre, não preciso me sentir presa. Sou dona de mim assim como dona das minhas verdades. Quando quiser dizer: já chega! Direi. Quando quiser parar e ver a vida passar, farei. Mas, por hora, quero sentir a dor, a confusão, a dúvida para tentar desvendá-las. Não tenho culpa se isso me faz sentir completa. Faz parte de mim