Será que nasci para ficar só??

SERÁ QUE NASCI PARA FICAR SÓ?

Jorge Linhaça

Já que as pessoas gostam de debater, creio que este texto será um prato cheio...

Cheguei a essa conclusão... Pode ser que eu tenha a tal da a síndrome de “aspargo ou Asperger ”, sei lá...aquela coisa que mistura o autista com o super-dotado.

Sei lá.

Nunca me preocupei realmente com isso mas, sinceramente, minha visão das coisas é tão dissonante do que se considera normal , vejo as coisas com um prisma tão multifacetado e acho que é tão simples resolver certas coisas que raras pessoas acreditam no que penso, falo ou escrevo.

Assim fica difícil manter relações duradouras, sinto-me sufocado pela mediocridade geral e fica cada vez mais difícil engolir o discurso comum do “deixa para lá”... Do “não adianta fazer nada”... Do “a vida é mesmo assim” ou do “sou assim e não vou mudar”.

Detesto ser rebaixado a saco de pancadas porque as pessoas não tem a coragem de mudar seus comportamentos ou cobrarem a quem devem cobrar de direito.

Não sou de obedecer a ordens por obedecer, nunca fui e isso me causa uma certa repulsa , principalmente quando quem dá as ordens também não sabe o porque das mesmas.

Essa indolência me deixa imaginando aonde foi parar o cérebro dessas pessoas.

Não suporto gente que sufoca minha vida ou meus relacionamentos apenas para ficar querendo marcar território tal e qual os animais na floresta.

Entendam que não me acho superior a ninguém, quem me conhece um mínimo que seja sabe o quanto sou avesso a essa ideia de superioridade.

Talvez se eu começasse a me achar assim tivesse mais sucesso... Sei lá! As pessoas são estranhas.

A verdade é que não me enquadro, e nem quero me enquadrar, nos sensos comuns ou rótulos que infestam o corolário da imaginação popular e até mesmo dos ditos intelectuais.

No mais das vezes sou de procurar soluções e não de ficar me lamentando, embora por vezes essas soluções não estejam em minhas mãos. Aí depende de outros quererem resolver as coisas ou não, me afetem elas ou não.

Não posso obrigar ninguém a mudar, mas também não sou obrigado a mudar para adaptar-me a um ciclo vicioso ou viciado.

Abro mão de determinadas coisas até um determinado ponto, esperando que exista um movimento proporcional no sentido contrário a fim de chegarmos a um meio termo, no entanto, jamais esperem de mim que abra mão de meus objetivos por conta de posições pirraça de quem quer que seja.

Ceder em alguns momentos não me faz ser obrigado a ceder sempre e passar a considerar a exceção como uma regra que devo seguir para manter qualquer bom relacionamento.

Na verdade, prefiro a liberdade de ter que mendigar um pedaço de pão, do que a sujeição ao que me agride intimamente para ter uma vida mais abastada.

Preciso de minha liberdade para criar e pensar, para agir e fazer sem precisar que me autorizem a tomar minhas decisões. O que passa disso é, para mim, uma quase escravidão.