As asas de Jorge

E tão vazio não ficou

quando partiste

era alegre seu ruído um dia

mas, estridente seu desespero

no outro.

saciado em parte

vazio na outra

e agora sou assim

também igual

tão frenética era teu

balançar de asas

e tão ansioso teu olhar

teu partir por ti tão desejado

tão dúbia tua cantiga

chorosa pelo que fica

feliz pelo que pode encontrar,

mas, foi mais forte tua curiosidade

e um fogo pois-se a te dominar

e partiu de um forte arranque

na janela me pus a chorar

imagino que teu canto lá

fora seja alegre

tua asas desesperadamente a balançar

e meu ninho agora é triste

e meu lamento não me permite voar

sofro calada aqui neste galho

e só o vento vem visitar

às vezes é tão cruel que do

meu canto fortemente que

me arrancar,

fico aqui lembrando de tuas asas

de teu pio e de teu cantar

são lembranças boas não duvide

e por mim não deve voltar

pois tuas asas não se acalma mais

eu sei.

e por isso, mesmo que congele

aqui neste lugar, não saio

mas nao deve se culpar

pois foi seu sonhar mais que

pude dar, foi meu querer

mais prendedor que libertar

e meu amor mais sem limite

que pode aguentar!

e minha imaginação do que pude

controlar, minha expectativa mais

que realmente pode alcançar.

e tuas asas mais do que meu

ninho pode abarcar.