O REAL
NA MANHÃ DE 11 DE JANEIRO DE 2014
O real: o que resta.
O real: os sonhos que morreram.
O real: o mundo sempre pelo lado de fora da janela.
O real: a cegueira e a surdez dos mais íntimos, esses estranhos.
O real: o medo dos íntimos, esses estranhos, de ser revelado o que eles ocultam.
O real: o peso de tantos segredos dos íntimos-estranhos, segredos que jamais serão revelados.
O real: o sofrimento das palavras sofridas, aquelas que aleijam a vida.
O real: o amor sem saída pelos íntimos-estranhos que me rejeitam, cigana-sem saída.
O real: a saudade do amor que nunca houve por mim, nos estranhos-mais-íntimos.
O real: o cansaço infinito do real.
O real: o cansaço irremediável do real.
O real: o cansaço sem saídas do real.
O real: os arames farpados sobre os muros ao redor da casa do real.
Dentro da casa do real, o ser-que-foi,
o ser-que-foi, prisioneiro do real,
o prisioneiro real.