Esse infortúnio

Tudo o que estou fazendo não importa, tudo o que eu penso, tudo isso que eu sinto, a vontade de expressar não serve para nada.

Pela janela vi a única outra janela com o brilho amarelo que me acompanhava no breu da noite. Vi o meu vizinho, que os trinta beirava, e vi também lágrima de anos refletirem terrores passados, a tristeza inconsolável e o medo da dor desacompanhada. Naquela noite acontecia mais um episódio marcante, e o que esperava era que fosse a última tentativa.

Ser ex-suicida há de ser pior que ser um suicida em si; Nem o brilho de seus olhos conseguiram expulsar. Não ter uma vida feliz e fracassar, fracassar até no ato. Todas essas reflexões sem sentido e sem nexo não adiantam, são medíocres ilusões. Essa selvageria sem fim só mostra como sou estúpida de continuar assim. Desconcertando a alma num prelúdio distinto das defesas inúmeras com poder de auto-destruição, talvez na penumbra dos anseios, anseios, anseios... calma.

Esse doce amargo da vida, atormentada.

Gin C
Enviado por Gin C em 10/01/2014
Reeditado em 10/01/2014
Código do texto: T4644741
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