Inflexões Filosóficas, Parte II - Palavras e o Vento são a mesma coisa?

Aprendi, a duras penas, que Palavras e o Vento são, ás vezes, a mesma coisa. Mas, também, ás vezes não são.

Algumas Palavras necessitam de atitude. Outras, se bastam.

Um "Amo Você" precisa ser provado. Um "Te Odeio" já demonstra tudo o que você pensa.

Isso é só um exemplo do que o Poder magistral das Palavras podem fazer. Palavras podem enganar, podem distorcer a realidade, podem ser utilizadas como máscaras, mas podem curar, demonstrar todo o seu coração, confortar na hora da angústia.

E aprendi, duramente, que não posso confundir conceitos quanto a Palavras. Não posso ferir com Palavras, também não posso concluir que alguém se sentirá amado ou confiante com Palavras, somente.

Espero colocar em prática o que aprendi, o quanto antes. Não quero afastar mais as pessoas de mim.

O que acontece é que as Palavras, ao serem proferidas, reagem no nosso corpo como uma espécie de "veneno entorpecente" se usado para o mal. Você destila o veneno mas, mesmo assim, você fica entorpecido, não faz ideia da maldade que se deixou esvair de você.

Também, falamos algo achando que somente frases bem formuladas irão bastar para que alguém confie em você. Palavras ditas para confortar, confiar, amar. Porém, não é assim que funciona.

Existe algo de estranho e intrigante nas Palavras, nas frases... em como podemos esconder e revelar todo o nosso Ego, Super Ego e Id, dependendo da situação.

Por conseguinte, se podemos matar ou amar alguém em um texto, acho que, todos nós, a começar por mim, devemos refletir no que escrevemos e falamos. Por mais que, muitas vezes, possa ser merecido alguém receber um soco no rosto, esse "soco no rosto" pode ser visto com maus olhos, com olhar de reprovação, por pessoas que não esperam de você tal atitude.

Pois, essas pessoas que acabaram lendo o que você escreveu, de repente, acreditam que você é melhor do que isso. Que não precisa se curvar perante a maldade da pessoa que lhe fez mal, mas também que não precisa se rebaixar e responder no mesmo nível.

Assim como há pessoas que esperam mais do que Palavras, frases bem escritas e delineadas. E há como culpá-las? Óbvio que não. Algumas pessoas demoram um pouco mais para reagir, outras reagem comprovando logo a que vieram. Tudo há um tempo, mas quando falamos algo de bom, que possamos ter atitude, independente da situação, sendo "lentos" ou "ágeis" na Ação.

Ante todo o exposto alhures, creio que as Palavras, se pudessem ser resumidas em dois conceitos quanto a sua utilização, diria o seguinte:

1) Palavras destinadas a ferir, magoar, "matar" alguém: bastam por si só. Uma vez proferida, não mais retorna, não mais será esquecida na consciência daquele que foi ferido.

2) Palavras destinadas ao Amor, Confiança, Amizade, Paz, etc: necessitam de comprovação material. Não bastam serem proferidas, devem haver atitude, um movimento corporal, um gesto, enfim.

Creio que, todos nós, como seres humanos falhos e imperfeitos que somos, sabemos disso. Lá no fundo do Coração. Mas não queremos ver, muitas vezes, que a Palavra é usada ao nosso bel prazer, ao invés de ser usada ao prazer do próximo. Pois, se pensarmos no nosso próximo, iremos usar as Palavras da melhor maneira possível.

Laços de relacionamentos podem ser mantidos e refeitos. Respeito e confiança das demais pessoas podem ser conquistadas, mesmo discordando delas, mas agindo como seres humanos responsáveis, não mais como adolescentes ou crianças, por fim.

Que eu possa, com esse texto, agir pensando nisso.

Preciso ir além do que as Palavras dizem em meu ser e preciso evitar seu poder para o mal.

Preciso, pois, isso é que é, verdadeiramente, ser-um-ser humano.

E é no que, agora, também acredito.

ALIVAVILA
Enviado por ALIVAVILA em 10/01/2014
Reeditado em 11/08/2021
Código do texto: T4644000
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