"Feliz 2014!" O Ano será feliz, e você?

É curioso. Este foi mais um ano que se passou, e, agora, mais um ano se inicia. E sinceramente? Não é como se fizesse a menor diferença em minha vida. Atualmente, encontro-me em um estado onde um ano a mais ou um ano a menos não faz a menor das diferenças; prova disso é o próprio 2013 que acabou de passar. 2013 foi um ano sem sombra de dúvidas interessante, e isto porque ao decorrer de sua existência nada mudou. Tudo, absolutamente tudo, se manteve do mesmo modo que no passado. Tenho vivido uma vida, longos e cansativos 18 anos, onde tudo vem se repetindo de forma incontável, em locais diferentes, por pessoas diferentes, em contextos sociais diferentes: mas, apesar de tudo diferente, é tudo igual.

Fico realmente triste ao observar isto, e falo sério: 2013 foi o ano da repetição. Me assisti rever a tudo o que já havia visto, no que se refere a conhecimento, pessoas, atitudes, comportamentos e relações sociais. Muito me espanta, e espanta muito mesmo!, o fato de mesmo com tantas igualdades, repetibilidades e semelhanças, eu ainda ter sido capaz de ter vivido e apreciado tudo que este ano me propiciou. E não foram poucas coisas, confesso, tudo do mesmo, ressalto, mas muito, ainda assim.

O grande marco de 2013 talvez tenham sido as pessoas? Não, essas continuaram as mesmas, com os mesmos rótulos, com os mesmos estereótipos, com os mesmo sentimentos, com os mesmos erros, com as mesmas verdades e estereótipos, com os mesmos TOCs. É curioso, por demais, ver como as pessoas não mudaram, e por mais que “novas” eram apenas mais do mesmo; mesma sociedade, mesma competitividade, mesmas intolerâncias, mesmos preconceitos, mesmos hábitos, cultura e preceitos: foi tudo do mesmo.

O que realmente me incomoda, talvez, não seja a repetição inerente a este mundo. Talvez, o que me incomode, seja a forma como isto ocorre. O insistente modo pelo qual as pessoas continuamente repetem, esta já há muito entediante, vida. Como insistem em querer ser “iguais” em querer ser normais. Em querer ser, assim, diferentes. Tudo isso, no fim, cai em igualdade. Eu rogo diariamente ao meu bom Deus (eu?) que mude as coisas, mas sei que ele nada pode fazer, já que nos foi dado o “livre arbítrio” e, não, este não é um texto religioso.

Vale ressaltar, outro ponto fascinante deste dois mil e treze: a repetibilidade (inesgotável) das sociedades. A repetição e continuação dos dogmas, das verdades, dos pré-conceitos, pré-definidos por uma bíblia pré-escrita por Deus, que é cheio de pré-ocupações. Pré. Ninguém nunca é capaz de criar nada. De tomar iniciativa alguma. Ninguém é, de modo algum, capaz de mudar as coisas. Ao menos, acredito que ninguém tentou. Tudo, absolutamente tudo, tem de ser pré-definido por alguém. Estou triste, incomodado, irritado e, de novo, triste. O mundo é o mesmo a anos, décadas, séculos, milênios: e todos pretendem mantê-lo assim.

É uma infelicidade, imensa e incontrolável, ver a humanidade se perder em um mundo assim: de repetições. Onde o ideal é ser igual. Onde o oposto é ser diferente. E o correto jamais é ser você. Vocês deveriam saber: ser quem é, por mais doloroso e custoso que isso possa ser, é a melhor coisa que alguém é capaz de viver. Sem repetições, sem pré-qualquercoisa, sem certo, sem errado, sem prisões e correntes, sem ser livre, também. Espero, sinceramente, que em 2014 você seja capaz de mudar alguma coisa, de mudar este ser repetido e copiado, seja capaz de ser quem é, por mais difícil que isto possa ser.

Feliz Dois Mil e Quatorze, talvez o ano seja feliz, e você não.

Victor Said ss
Enviado por Victor Said ss em 04/01/2014
Reeditado em 04/01/2014
Código do texto: T4635890
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