Espalhadas Sensações

Seu rosto era angelical, seu cheiro, inconfundível, único.

O que havia com meus pensamentos que em poucos momentos começaram a ter borbulhes do que mais tinha eu receio de aceitar de fato. Senti uma química incrível comigo mesma por alguns instantes, algo que me levou à puro êxtase, me fazendo sentir em estado surreal ao qual eu tinha contato diariamente.

Percebi então que nossa união ia além de qualquer compreensão real, lógica, ou socialmente falando, fora do padrão. Eu não conseguia raciocinar nenhuma outra pessoa que se encaixasse tão bem ao meu quebra-cabeça, alguém que correspondesse aos meus sentidos de forma igualitária. Era como se, finalmente, nossas almas tivessem sido encontradas a par, como se uma fosse predestinada a outra sem razão ou porque, tão e somente compacta a ambas.

Sua suavidade me fazia capaz de sentir todo aquela áurea que havia em suas fronteiras e picos. E pude sentir o estremecer sob meus poros, sentir realmente que era ali, que eu estava no lugar certo, estava justamente onde era para estar, que apesar de todos os “cortes de caminho”, aquele mais longo que se encontrava em todos meus mapas, à minha frente, era o destinado, era por ali, aliás, sempre foi, mas, como dizem os velhos escritos “você tem que se perder algumas vezes para se encontrar na hora certa”, e é exatamente isso que me aconteceu nesse determinado tempo, em todo o ocorrido. Uma certeza quase inexplicável em palavras, pois é isto mesmo que estou fazendo, querendo uma resposta pondo em palavras a fora o que me aconteceu para que eu mesma consiga compreender alguma fração do que senti mais cedo. E, definitivamente, não há palavras que consigam expressar por pequena que seja o sentimento que sentimos em nosso interior, é algo tão único e forte que o nosso intelecto não consegue compreender o que se passa dentro de nós, que acabamos então por sentir coisas que explicamos como calafrios, suor frio, trêmulos, nervosos e gaguejando, isso não passa de uma falha do cérebro que é rígido demais para interpretar de forma correta o que é amor, e nos manda ene respostas para nosso corpo nos fazendo confundir-se nesse embalo de sensações. E é tão bom quando adquirimos maturidade suficiente para sabermos disso, para termos essa convicção e falarmos com tal firmeza sobre o que nos acontece.

Me perguntava a todo momento como pudia ser justa em receber tudo aquilo, em ter, à minha disposição tanta carga de energia positiva de uma maneira tão pacífica. Me estraçalhava não saber um porquê definitivo sobre isso, sobre tudo, sobre nosso ciclo, sobre esse interminável ciclo e necessidade que foi colocado em minhas mãos. E tudo mudava em cada pouco segundo que eu ia tendo mais certeza de onde eu estava, pois, todas as conclusões me levavam a uma única essência, a única sinalização que não parava de piscar aos meus arredores, buzinando em minha mente com um outdoor brilhante e chamativo com o nome dela, era torturante, mas ao mesmo tempo certeiro no ponto de chegada e fixação.

Nada adianta fugir dessa trilha, todos os outros 'subatalhos' levaram a ela no final.

Ainda não acredito que fiz esse texto para me auto avaliar sobre uma sensação existencial, chega a ser hilário, e válido, para quem já se assemelhou ao que acabei de jorrar, sem inteiramente organização de ideias, mas acho que é isso, a desorganização faz parte do intelecto, de onde nos confundimos quanto ao que sentimos, e, simplesmente seguimos em frente, com o outro seguindo com a gente também.

Waleska Manik
Enviado por Waleska Manik em 03/01/2014
Código do texto: T4634750
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.