Gaveta

Eu abro a gaveta,

E olho o seu vazio,

Fecho-a novamente,

Inconformada,

Persisto em abrir e ver,

Se sobrou resquícios, ou,

Nada, além de poeira e teias,

Com o coração apertado,

O medo torna-me frágil,

Olhos bem abertos,

Atentos aos detalhes,

Esperando acontecer,

Um milagre interno...

Encontrar uma faísca, que seja,

Um sonho mal embrulhado,

Um coração costurado,

Uma foto para relembrar,

Datas para comemorar,

Um mundo de sensações,

E conquistas arriscadas...

Agora, é tudo que eu quero...

E eu fecho a gaveta,

Se nada existe dentro,

Continuo segura, porém,

Incompleta no meu mundo,

Sem escolhas, sem danos,

Sem voz, faltam-me as palavras, (certas)

Falta-me coragem de ser,

As diversas possibilidades...

O vazio tem suas vantagens,

Ele pode ser preenchido,

Desenhado e colorido,

Como, enfim, gostaria,

Basta querer...

Não quero que leve-me,

Até lá, pois, nem eu sei aonde,

Só me ajude a significar,

O meu caminhar desordenado...

Me dê a sua mão,

Abrace-me calmamente,

Adore-me sem limites,

Seja diferente,

Pense, rabisque, e invente,

Ao ponto de sobrar,

E nada faltar,

Meu querido...

Danielebianca
Enviado por Danielebianca em 27/12/2013
Código do texto: T4626647
Classificação de conteúdo: seguro