Sentimentos e emoções
Os sentimentos e as emoções figuram todas as atitudes e ações humanas, atrás de um discurso, uma postura, um gesto, palavra, conversa, sorriso, uma testa franzida, na linguagem corporal, vestuário, lá estão os sentimentos; transfigurados, encobertos, muitas vezes explicitamente nus e despudorados. Cientificamente falando são peptídeos, substâncias químicas que permitem a interação social, um mecanismo fisiológico para a manutenção do relacionamento humano e sobrevivência, bem como compreensão do outro e vice-versa. Todavia, há sentimentos que tornam o ser humano altamente fragilizado, um hospedeiro de uma situação de vulnerabilidade extrema e constrangimento, sem perceber. Sentimento este que expõe as vísceras, dilacera a dignidade e subordina ao rastejar em nome de atenção e demonstração de afeto, refiro-me à CARÊNCIA. A carência abre, escancara, dilacera, expõe, é um sentimento vigarista, enganador, ao ponto de vendar os olhos e aceitar tudo que estiver pela frente. Carência que aceita elogios plumados sem cautela, abraços dissimulados, sorrisos gratuitos e vazios, beijos e abraços de quem balbucia descaradamente um "eu te amo", "meu amor". Depressão também é um estado de carência, mas neste caso ainda mais grave, pois a companhia própria que poderia acalentar e enxugar as lágrimas também se foi. Sendo um pouco mais cruel, há uma frase anedótica que diz: "Eu estou tão carente, que o churrasqueiro falou para mim "Coraçãozinho", e eu respondi: Fala amor!". Carência que admite estar com alguém sofrendo, não importa a dor, mas o ter alguém para achar-se digno de amor. Por isso, o primeiro grande passo é ter amor próprio, porque este jamais irá deixar você se colocar numa posição tão deplorável. Pode estar trajada de vários modos, mas estará sempre expondo todas as nossas maiores fragilidades e omissões.