DISFARCE

DISFARCE

No garrancho Lilás morava uma personalidade fascinante.

Morava? Fingia que morava? Seria bruxa sob toldo colorido?

Fascinante... faceira...facínora!

A cor deslumbrante sobre o caráter repugnante,

Um garrancho de ser, de gélidos poemas

Uma bela tangerina cheirando a podre...

- Cascas... olhos de pedra que petrificam,

Casa de fim de rua d’espantoso silêncio

Gritos em noite de lua,

Homens que gemiam seus lamentos

Bruxa! Olhos de ametista –

Vingativa, vigarista!

Uma xícara de chá, um gargalhar!

Salto de delicada nobreza desliza no asfalto –

Musa sem dono de pele de seda

Dona dama de pura delicadeza...

Almas cortadas pelo deslumbre , pela destreza

Volta à casa da rua sem fim, do fim da rua –

Prenhe dos gostos, das bocas -

Perigo eterno – estopim

(Taciana Valença)

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 21/12/2013
Código do texto: T4620669
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