Um vendedor de jornal

De uma estrada a um chão perto

avistei de longe um garoto incerto,

com jornal na mão a cinquenta centavos,

comprava pão do que havia lucrado.

Acordava cedo invés de estudar,

ajudava a mãe viúva os irmãos sustentar.

Sol e chuva, mãos calejadas

das inchadas que pegou sem luva.

Futuro comprometido, certamente viraria bandido.

se não fosse seus sonhos e diversas vontades,

Se não fosse vendedor de jornal, viraria covarde,

se não fosse o amor, e o querer ser alguém,

faria das pessoas seus reféns.

Seria só mais um da extrema pobreza,

mais quis ser herói, e capinando chão

um dia encontrou á riqueza.

Aprendeu que na vida ninguém é feliz sozinho,

Encontrou alguém que lhe fez pensar.

Que lhe disse: Nesse mundo capitalista varias coisas

se limita, mais sua mente pode voar.

Ouviu dizer que o amor não enchia barriga,

mas alimentava esperanças, disse-lhe pra nunca

perder a fé, e por fim em seu imaginário mundo

tornou-se poeta. Mais, sua realidade era um

vendedor de jornais, disso sabia á cada cinquenta

centavos que recebia, dizia consigo, tudo bem eu espero!

E ela dizia; aplausos ' O poeta vendeu mais um'.