A VIOLÊNCIA E A POBREZA: PENSAMENTO
Hoje ao assistir a uma reportagem sobre violência nos estádios de futebol na Inglaterra causada por torcedores - os famosos hooligans ingleses - e ao entrevistarem um jornalista britânico, o mesmo apontou em sua fala que uma das principais causas da queda da violência nesses ambientes estava relacionada ao aumento no preço dos ingressos que hoje está em torno de 100 libras inglesas; logo, segundo ele, o público, logicamente de poder aquisitivo maior e, consecutivamente, não seria tão agressivo quanto os demais.
Isso mexeu com a minha opinião, uma vez que na fala desse homem - que não era nenhum coronel do interior do Brasil - alguém desprovido de conhecimento, ou ainda, sem conhecimento. Mas, tratava-se de um profissional da Impressa nacional, ainda mais de um país tido por muitos enquanto “perfeito”.
Neste aspecto reforçou-me ainda mais a opinião de que o preconceito às visões herméticas não é um resultado própria da ausência de condições financeiras, ou muito menos de ordem territorial, mas surge principalmente da subjetiva afirmação da perfeição própria, de algo que nos leva a desprezar os “desprezíveis” por condições econômicas e sociais.
Como podemos pensar em incluir, se adotamos programas e modelos como o expressado na afirmativa acéfala desse indivíduo que tirando os pobres dos estádios, da nossa rua ou das nossas igrejas estaremos eliminando o “mal”? Será que ao invés disto o que estamos realmente fazendo não é o contrário: tirando o pouco de bem que poderíamos fazer a estes, para alimentarmos com o mal que advém muitas vezes de nós mesmos? Eis a pergunta.