Sobrevivente!
Eu gosto de escrever, especialmente quando estou cheia. Então escrevo e me esvazio.
Nesse instante, estou cheia.
Cheia de alivio! E quero compartilhar com todos vocês, sei que muitos irão se identificar.
Quem nunca passou por uma desilusão amorosa? É, não precisamos nem jogar no Google para ver quantas histórias iremos encontrar, basta perguntarmos para uma pessoa, seja ela quem for, sempre há uma história pra contar.
E como não sou de outro planeta, também passei por isso (até por que se existir um onde isso não aconteça, me enviem pra lá!). Obviamente o que eu disser aqui não será surpresa pra ninguém, mas enquanto enfrentava o "holocausto de sentimentos" eu sentia uma enorme necessidade de ler algo sobre o assunto, e claro, encontrava sempre belíssimos textos de motivação, e outros bem melancólicos... mas enfim, sei como algumas palavras podem ajudar, pois me ajudaram e muito!
Bem, eu conheci o fundo do poço.
Desprezo, rejeição, saudade, necessidade, ilusão, paixão avassaladora, etc e tal.
Eu não amei aquela pessoa, mas pior que isso, tive uma paixão avassaladora! Aquele tipo de sentimento que nasce rápido, e se instala de tal forma que nem com toda força do mundo conseguimos nos desfazer (ou pelo menos eu achava isso).
Vivi uma experiência incrível ao lado dessa pessoa, e conforme o tempo passava, sentia que a âncora só se enfiava ainda mais na terra. Eu não queria sair dali, eu não queria nunca mais precisar de mais ninguém, eu achava que já tinha tudo.
Honestamente, o único sentimento que eu acredito durar para sempre ou pelo menos até morrermos é aquele que nasce com a gente, amor de pai, mãe, irmão, enfim família. Todos os outros acredito ter prazo de validade, porque quando acabam, temos chances de conhecer outras pessoas e vivenciar todo aquele sentimento novamente, com a família não é assim. Não digo que as pessoas são substituíveis, cada uma deixa um pouco de sua essência conosco, mas nada que uma nova essência não a faça ser deixada de lado depois de um tempo.
E com a minha paixão avassaladora não foi diferente. Ela tinha uma prazo de validade, e no dia que venceu, foi até hoje um dos dias mais difíceis da minha vida. E eu nunca tinha passado por isso antes, não sabia como lidar (talvez não exista um jeito de lidar com a perda).
Eu não tinha escolhas. E o que mais me doía era não poder lutar, afinal, não tinha mais pelo o que lutar. Era o fim, e como uma brincadeira no parquinho, era hora de voltar pra casa. E como é difícil...
Nos primeiros dias, quando me perguntavam como eu estava, eu usava a seguinte metáfora:
"É como se eu tivesse sofrido um acidente, o impacto foi enorme, estou com fraturas expostas, mas não sinto dor. Me anestesiaram. Sei que a dor está lá, esperando a anestesia passar e vir me derrubar."
Pode parecer exagero, mas não meu amigo, não é.
Hoje depois de ter passado por essa fase, vejo como um sentimento, uma pessoa é capaz de abalar nossa vida, apenas por se aproximar um pouco mais da gente...
Sabe aquelas tempestades de verão? São rápidas, não duram nem mesmo 1 hora, mas quando terminam, deixam um rastro de destruição.
Desilusão é assim.
Como disse no inicio, estou aliviada, e muito. Pois consigo falar sobre isso, lembrar e sentir apenas orgulho de ter crescido com o que passei. E se hoje me perguntarem o que eu faria de diferente pra evitar ter passado pelo que passei, eu diria.
"Nada."
Não teria evitado, assim como não evitarei que isso aconteça futuramente. E não, não sinto prazer em sofrer, mas sinto prazer em me entregar, em ser inteira!
Dizem que a medida em que nos entregamos é a medida em que iremos sofrer. ÓTIMO!
Não deixarei de me entregar, não irei evacuar, me abdicar, e muito menos me tornar uma pessoa fria por isso, pois aquele que evita sofrer, evitar ser feliz também.
A alegria passa, a dor também.
O que torna vantajoso você se dar por inteiro, é o fato de poder levar as alegrias como experiências e boas lembranças, enquanto a dor, aprendizado e crescimento.
Muitos sobreviveram, eu sobrevivi. E não importa quantas vezes eu passe por isso, quantas pessoas passem por mim como uma tempestade de verão, eu vou sofrer, mas também sempre aproveitarei ao máximo da alegria que me proporcionarem, por que no final, vou me levantar, sacudir a poeira, e seguir em frente. Isso é viver! Colecionar história, experiências, mas não pessoas! Elas passam por nós, elas não permanecem.
É isso gente, vou ali me apaixonar, e com certeza eu volto!
Abraços!