O sabor do intangível

(Um pensamento vertical... rs)

Primeiras experiências saborosas

Prova a ingênua criança

Fotografa memórias, lembranças

Traz afeto aos sabores

E momentos da infância

Assim reconhece

o doce, salgado,

azedo, amargo

até a faze adulta

Mas onde fica o sabor

quando a criança espera

um ano inteiro pro presente

de aniversário ou de final de ano?

O sabor de ser obediente um mês inteiro

para no final receber a mesada dos pais?

O sabor de estudar para ver brilhar

o orgulho dos professores?

Quando cresce e tem o desejo

de realizar um sonho,

que geralmente demanda muito esforço

e quando se alcança é bom,

mas ao mesmo tempo morre o sabor?

O sabor de esperar,

de desejar aquilo que não se tem,

de correr atrás, de sonhar como se tivesse,

de ter expectativa, de construir um sol em torno disso.

Qual o nome disso?

Talvez não tenha uma nomenclatura,

mas os humanos sempre provarão

no cardápio da vida tal sabor...

E alcançando- o, terão o sabor da vitória

E em seguida, a fome viciada do que não se tem.

Muda-se de objeto, de desejo, de prato, de chefe,

no entanto, o aroma da ansiedade remete ao mesmo paladar:

o sabor do intangível...

Sophia Aglaê
Enviado por Sophia Aglaê em 13/12/2013
Reeditado em 13/12/2013
Código do texto: T4609768
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