Meu comboio de cordas.

Desde pequenos, todos nós temos sonhos.

Sonhamos em ser famosos, em voar, em correr...

Sonhos simples, que são sempre alimentados pela nossa sede de tentar ser feliz. Mas esta sede é interessante, pois por mais que você beba da vida, jamais irá se saciar.

Muitos dizem que não há esperança; que não vale a pena arriscar.

Muitos dizem até mesmo que você irá falhar, esquecendo que talvez você venha a brilhar.

Mas para que alimentar este medo de errar? Nós somos humanos, erramos até nas pequenas coisas da vida, então por que não errar fazendo algo que realmente valha a pena?

"- Você tem talento, mas não é possível viver só disso. Precisa-se de dinheiro para viver bem."

Agora conte-me algo novo... estou ouvindo.

Mas mais do que ouvir essa triste verdade, eu quero que você me diga se realmente valeu a pena abdicar o que te faz feliz, para se iludir no que te faz contente?!

Sabe... apesar de todos me dizerem que "não pode isso", "não pode aquilo", eu não deixo de sonhar acordado e muito menos de viver este sonho. E te digo... se há algo neste mundo que me faça feliz, é isto. E hoje eu entendo o porque do sacrifício. E provavelmente não me arrependerei.

Todos os dias, ao acordar, ao chegar em casa, antes de ir dormir, eu sou feliz com a minha infelicidade. E é isto que me faz querer continuar. Isto e apenas isto. É o brincar com os sentimentos. É os transformá-los em algo bom. É transgredir as barreiras do que não pode ser tocado e pegar o que é teu. E ao tocar este comboio de cordas que me leva para outro mundo, eu sou infinito. Ao ouvi-lo soar, eu sou imprevisível. Ao senti-lo com emoção, eu sou eu. E aqui, ou em qualquer lugar, eu estou no paraíso.

Guilherme Henrique
Enviado por Guilherme Henrique em 09/12/2013
Reeditado em 09/12/2013
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