Palavras
As palavras mais robustas perambulam por aí procurando a humanidade para uma valsa. Mostram-se cheias de simpatia e de virtudes. Não é formidável? Giram, oferecem vinho enquanto todos seguem no embalo das batidas. No final da música já não são os mesmos, nem a humanidade nem as palavras, tornam-se então moinhos ideológicos que marcham para o lado oposto das próprias motivações iniciais. A valsa vira guerra e guerra significa sangue derramado. A palavra vira arma de fogo e a humanidade vira soldado. O mundo vira uma batalha sangrenta para que se estabeleça uma verdade universal. A culpa é de quem? Das palavras que ludibriam a humanidade ou da humanidade que adultera as palavras?