MUNDO PARALELO DA MENTE
Vem o cair da tarde, o sol se esconde entre as nuvens negras e carregadas do céu, o tempo calmo e melancólico. Coloco um soul music em meia altura ao som de Isaac hayes, junto com ritmo sereno da música a chuva vai caindo entoando aos compassos da melodia. Em meu quarto pego o caderno e o lápis de forma reativa começo a escrever os milhares de pensamentos que surgem da obscura mente. Como se esses pensamentos precisassem da forma de letras para se sentir livres da prisão asfixiante que os mantém prisioneiros até o repouso da mão sobre algum lugar que se escreve. Mergulho fundo e abro a porta desse mundo paralelo e distante da realidade, portas essas que só podem entrar de dentro pra fora, mundo que me leva a escrever a pensar a sorrir a chorar, mas essencial na sobrevivência, pois me livra das rotinas mentais e da realidade louca que o mundo insiste em colocar sobre o roteiro da vida. A luz vai recuando vagarosamente dando espaço para o frio e escuridão, estranho saber que encontro conforto nesse ambiente tristonho. Outrora eu rodeado de luz e esperançosos sorrisos de promessas não cumpridas, de planos sem ações e de sonhos não realizados, mas não posso me deixar desistir agora e se tornar entregue aos braços frios da morte. Acordarei e viverei, lutarei por um lugar em que é alcançado pelos raios luminosos de esperança, não posso me afogar Novamente nas palavras não ditas e nem no meu sangue amargo. Abri os olhos e voltei de lá... Agora escrevo sobre esses pensamentos que asasinam o real, mas se transformam em palavras que a mão escreve, e que sentem o coração ao tocar o papel.