Nem metade, nem inteira.
Dentro de mim há um caos que nem eu mesma compreendo. Há como compreender o incompreensível? Às vezes tento não pensar insistentemente, porém é inevitável. Eu poderia seguir um caminho mais fácil, mas eu preciso procurar respostas. Não sei ir por um caminho que não acredito. Até posso, mas sempre sou tentada a voltar, continuar acreditando. É por isso que tento transformar um pouco do meu caos em poesia. Eu escrevo para poder viver, para me esvaziar um pouco do excedente, pois quando me calo eu fico pensando. Penso, penso, penso. Não paro. Para não doer ou amenizar, escrevo. Simples, não é? Não. Não é... Acho que escrevo para organizar o caos que há dentro de mim, entretanto, acabo procurando por dúvidas e mais repostas, embora estas nem sempre são encontradas. Aliás, quase nunca. Não me canso de buscar, é isso que importa. Quer saber mesmo? Não escrevo para dar respostas, mas sim, para implantar a dúvida e da dúvida alimentar a mim e aos que me leem. Se é que existem estes... Sempre ouvi dizer que devemos fazer coisas que nos movem. Bem, isso me move. Tanto interna quanto externamente. A cada palavra, um passo. A cada texto, um voo. Escrevo pra ser livre. Escrevo sobre a liberdade, esse é o meu segredo. Ou melhor, era. Nesse caos há muitas coisas que gostaria de dizer, não digo. Se escrevo, me livro. Me sinto leve. Agora eu vou... Me deixe leve. Me leve em paz. Me sinto livre. Livre, sou livro.