Agora eu posso de maneira clara, agradecer a todos aqueles com os quais cruzei em meu caminho. Foram tantos os desvios, que muitas vezes, neles quase eu me perdi.
Algumas vezes, tive a sensação que o caminho havia terminado, depois, notei que ele apenas mudara de direção.
Foi também nestas horas, que entendi da necessidade de sentir medo, para aprender e saber o que é coragem.
Coragem não é apenas um ato de bravura, onde nós enfrentamos alguém ou vencemos algum obstáculo. Ela é muito mais que isso. A coragem também pode ser o momento em que recuamos, perante uma estupidez maior que a nossa.
Aprendi muito em minha caminhada, embora naqueles momentos, nem pensasse que embora vivendo de forma normal, estava acrescentando muito ao meu EU.
Mas, sempre que conseguia atingir uma meta a qual eu havia me proposto, sentia que a conquista ainda era bem pequena, diante da imensidão do universo que eu poderia conquistar.
Nesta jornada eu aprendi muito. Depois do aprendizado, notei que ele sempre foi o resultado de algumas decepções, que em alguns momentos, me fizeram crescer e transpor muros, que pareciam ser intransponíveis.
Sempre que conseguia transpor algum obstáculo, outros surgiam, e assim, fui galgando cada degrau nesta etapa que escolhi para viver aqui na Terra.
Às vezes cheguei a pensar que trilhava caminhos tortuosos aos quais eu deveria evitar. Será mesmo que eu deveria evitá-los, ou eles faziam parte do grande plano que me fora destinado, para o meu aprendizado?
Hoje acredito que necessitava passar por tudo que passei e vencer cada obstáculo que encontrei. Não vejo méritos nisso, porquanto, eu apenas desempenhei da melhor maneira que podia, o papel que deveria desempenhar na terra.
Durante a vida temos muitas experiências gratificantes, mas, geralmente sempre lamentamos por algum contratempo que possa ter ocorrido durante a jornada.
Agora que já passei por tantas etapas, fico relembrando de quando ensinava os primeiros passos aos filhos e agora aos netos. Naquele momento eu lhes segurava as mãos e os incentivava a ANDAR.
Não sei se amanhã, serão eles que irão segurar minhas mãos e amparar-me ante a fraqueza e a fragilidade deste corpo que ocupo. Se negarem este apoio, devo ter merecido e talvez possa vir a entender o que lhes reserva o seu tempo.
Já me perguntaram se sou feliz. Como pode um homem que teve vários filhos, oportunidades do conhecimento, possuir todos seus órgãos perfeitos e com saúde, ser infeliz? Já vi tantos outros, que mesmo mutilados, agradecerem a Deus pela vida.
Foram fantásticas as experiências que vivenciei. Aquilo que eu desejei e não conquistei, foram apenas sonhos. Talvez eu os realize em outra etapa, noutra vida.
Agora, enquanto o momento da transição não chega, continuarei sendo como sou. Quero aproveitar cada momento que tenho e procurar acrescentar cada vez mais experiências, ao meu EU.
27/11/2013-VEM