QUALQUER PROGRESSO NO ATO DE ESCREVER PRESSUPÕE OUTRO NA CAPACIDADE DE VER

A evolução do processo de escrita de um indivíduo pressupõe um desenvolvimento proporcional em sua capacidade de apreensão e compreensão do mundo no qual está inserido.

Sem o devido progresso na análise da realidade, a escrita estagna em uma de suas estruturas básicas: a transmissão de uma ideia acerca de um assunto.

O progresso do ato de escrever, oriundo da evolução da criticidade autônoma da realidade, delega ao homem utilidade social, pois suas ideias disponibilizam novas diretrizes para o pensamento e para as ações das pessoas. Além de beneficiar a sociedade, a sensação de utilidade promove a valorização do indivíduo perante si mesmo.

A finalidade de qualquer texto consiste na divulgação de uma maneira de pensar algum fato referente à realidade. O norteamento do texto, tanto em suas metas quanto no caminho até elas, é dado justamente por essas ideias.

A escrita configura o repasse de uma abstração mental, gerada e memorizada pelo cérebro, para o plano material, o que possibilita sua retransmissão e sua perpetuação na realidade física.

A origem de qualquer pensamento esquematizado reside na observância e na análise da sociedade. Consequentemente, estas também promovem o desenvolvimento de um bom texto, embora este pensamento possa até parecer um tanto abstrato.

Escrever bem depende de boas ideias. A geração de ideias provém da captação e de crítica da realidade que cerca o homem. Uma leitura de mundo aprimorada e liberta do senso comum da ingenuidade e da ignorância, instrumentaliza a formulação de pensamentos bem estruturados, realistas e originais.

O desenvolvimento da visão analítica da realidade resulta da convivência crítica no meio social, independente de conceitos e manipulados. O comprometimento com a crítica imparcial das atitudes humanas, físicas ou abstratas, implica a criação de conceitos próprios. Através disso, o indivíduo produz ideias originais que subsidiam e justificam a escrita.

Importa, então, que as pessoas se conscientizem da insuficiência criativa gerada pela acomodação crítica na visão de mundo, quando baseada apenas no olhar coletivo.

Cabe aos indivíduos praticar suas capacidades captação e análise da realidade, para que disto decorra a produção de boas ideias que fundamentarão bons textos.

Quem não sabe ver a realidade não tem o que escrever e, se escrever, perde-se tempo em ler.

28.11.2013

00:27

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 28/11/2013
Reeditado em 19/12/2013
Código do texto: T4589866
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