Passava da meia noite...
Passava da meia noite e o único som que se ouvia era o cantarolar a médio tom de um bêbado em uma mesa de canto de um bar qualquer...Em outra mesa... A menina dormia fazendo de travesseiro a garrafa de cerveja barata... Eu no balcão... Sentado em um banco de madeira alto, tinha sobre mim os olhos de cobiça da madura mulher..Já da árvore caída que me sorri e ainda de vinil, põe Carlos Gardel "Por una Cabeza"... Eu ainda tinha em meu copo meia dose de Nietzsche sem gelo e a fumaça de kant sem filtro entrava por minhas narinas...Jovialidade era o que eu tinha e por ter a tutela disso aprendi os primeiros passos de um tango mais antigo que a própria vontade que eu tinha de aprender.