o que há agora?
No momento, procurando um motivo em minha vida. É como olhar a solidão que existe dentro de um aquário sem peixes. É um vazio que me suborna em um profundo abismo, e que depois me subjuga a mergulhar em águas tão escuras como ódio. Às vezes deito em minha cama e consigo visualizar minha alma saindo de mim, e vejo o quanto sombria ela está! Ela caminha por todos os lados da casa em busca de algo que possa reluzir, mas, no fim, ela mesma vai se esvaindo, e não sei onde encontra-la. De repente, vejo-a retornando cambaleante para meu corpo. Outras vezes, minha alma insiste em ficar cara a cara comigo, como se olhasse um lugar que desconhece. Um lugar que antes podia ser sua morada, porém agora é tão vazio e desesperador, que a propósito deve ser evitado. Isso mesmo, minha alma tenta me evitar, pra avaliar um pouco da dor que meu corpo insistir em ter. Metade de tudo isso é um pouco de drama, e a outra metade, é puro sentimentalismo. Mais o que posso fazer se os vivos necessitam ser acariciados de muitas atenções? Eu mesma sou um poço de déficit de carinhos. E por isso, costumo ser a drama dentre uma turma. Então a cada caça ao tesouro de um motivo pra mim, e reparo que nada faz efeito maior nos meus traumas. E que o tempo só acoberta eles! Quase sempre me trazendo a sensação de não saber o que realmente se tem, sabe? Uma dor que espreme a um ser seco de tudo... Distante de qualquer realidade que possa trazer certo prazer em se viver. É mais ou menos um “o que há agora?” que meu cérebro tem de encarar a cada dia.