Queda do templo
No olho desse furacão, vejo as tábuas da minha moradia girando ao meu redor. Que os fantasmas da literatura me perdoem por evocar um de seus representantes em minha manifestação tão breve, mas, céus, por Lispector, estou apenas com a base da minha casa – e eis me aqui, diante do meu terror primordial.
Despir-nos do que vestimos com tanta segurança é aquilo que é necessário para nos dissociarmos dos falsos deuses que adoramos. Mas pelo mau-hábito da estase e da inércia, nos desacostumamos a mais leve brisa.
Que nunca me falte a compaixão pelo próximo. Que desapareça aquela que me resta de mim.