Citações e pensamentos

O augúrio dos meus pensamentos prenuncia o mistério que se move pela mente, carregam consigo o mistério pensante de todas as coisas viventes. Eu, lúgubre, sozinho como sempre fui, sozinho como sempre serei, envolvo-me nos eflúvios poéticos de minha frases que surgem do nada absconso do mundo das ideias do meu ser. Sinto a intensidade de meus pensamentos como uma tempestade furiosa, mas cai-se os pensamentos na língua mulambenta, e tropega falha em expressar suas absolutas sensações. Sinto ao pensar, mas não sinto ao falar. Dói-me a consciência como se pústulas a infectassem com a maldição da razão de pensar e questionar. Quero gritar ao mundo minhas verdades que comigo trago, mas ao escorrer os pensamentos pelos cominhos que os fazem palavras perdem sua potencialidade, deixando-me na cruel e insistente vontade de ser entendido, assim como o mudo quando abre a boca querendo falar, mas se frustra intensamente ao perceber que ninguém entende uma única palavra que sai de sua boca.

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Escrever, tal arte esta que me encanta, nos faz reler os que já estão mortos como se

conversássemos com vossas almas.

Das estalactites obscuras do inconsciente tiramos mundo e ideias que expressamos em meias palavras lânguidas para que leiam o íntimo mais verdadeiro de nosso ser. É um ritual em que, quando lemos alguém, comemos à sua carne imaterial e nos tornamos um com seu ser mais intimo que há de existir. Mas incomoda-me escrever somente o que já existe. Se falo de árvore de ouro uso o ouro para juntar a árvore e formar algo que de fato não existe, mas o ouro existe, e a árvore também. Instiga-me, perturba-me profundamente a vontade de querer ser mais, de pensar além do mais do mesmo, ir além da experiência e trazer ao mundo ideias o que ninguém jamais pensou.

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Penso, ando sempre pensando, mas não é pensar em coisas cotidianas, e sim, penso na consciência do pensar e na natureza que o faz nascer.

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Dói muito mais em mim a consciência de sentir e pensar do que as próprios efeitos das sensações...

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O que é ser? Pergunto-me, mas nunca acho resposta. Observo uma flor e dela seus brotos nascem espontaneamente; Olho para mim mesmo e vejo que ser eu é o mesmo que ser rosa, meus pensamentos brotam naturalmente como os brotos da rosa. A inconsciência da rosa provém de sua natureza de ser inconsciente, e talvez minha consciência tenha como trabalho apreciar a inexistência da rosa, pois ela não sabe que existe, e só existe porque eu a percebo como existente.

Nishi Joichiro
Enviado por Nishi Joichiro em 24/11/2013
Reeditado em 30/01/2014
Código do texto: T4584053
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