Carta ao amor

Eu sinto seu amor queimar e é como uma tormenta. Despedaça minha alma e aprisiona minha liberdade. Do que sou feita? Ja não sei mais. Meu invólucro foi violado, assim como meu orgulho e aqui jaz um coração amante.

O silogismo que me impõe não se adequa a realidade. São escolhas terrenas que me levarão ao céu, nada mais.

Não aceito voar com você e me jogar desse penhasco. Meu lado suicida, ja se matou.

Não quero mais me perder. Descobri teu disfarce Amor. Você se fantasiou de mar azul, e eu me joguei sem pensar em águas claras, para me afogar em um mar morto.

Porque me toma de tão fria? Porque me julgas insalubre? Sou tão perigosa quanto tu, porém nem tão ardilosa.

Diferente de ti, inimigo querido, só sou cruel quando quero. Eu tenho opção, mas Tu, meu tolo infeliz, so podes ser assim, é o que lhe cabe, pois nada mais te é oferecido, além do resto das almas que assombras com teus sonhos.

Brindo a virgindade dos meus dias, para que te conheça a cada momento, caríssimo, e poder te hostilizar quando te fores e deixar meu coração em frangalhos.

Quero olhar-te nos olhos e dizer o quanto te odeio Amor, para depois amar-te novamente e voltar a te odiar.

Não suporto tua sutileza de tortura, teu charme inconfundível e teu veneno impiedoso.

Fui vítima sim, porém não mais. Não tua!

Meu infeliz colega, não serei vítima da tua cama de gato, divinamente preparada e calculadamente sombria.

Não mais, amado meu, tuas armações ja não me ganham mais.

Adeus Amor... até breve!!

(24/01/2011)

Teresa Duarte
Enviado por Teresa Duarte em 23/11/2013
Código do texto: T4583857
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