Bagunças em mim...

Temo não vencer por mim. Temo parar. Temo não tentar seguir. Temo o desencontro. Temo o desencanto. Temo alguém de mim que vive calado. Temo não sorrir. Temo não cantar. Temo a ausência. Temo a presença marcante. Temo o desconhecido e, temo a rotina imutável. Temo falhas e, temo nunca as cometer. Temo superficialidade. Temo essa ansiedade que me inquieta. Temo essa não-tranquilidade que tira-me o sono. Temo não assinar meu nome, mas amedronta-me ter que ir. Temo não ser entendida e guardo-me na complexidade de não o ser. Temo pessoas novas, porém me vejo inerte se não as conhecer. Temo muitos olhares e, não ser enxergada. Temo derrotas sem nem alçar-me ao sucesso. Temo essa angústia dolorosa, temo essa dor no peito, temo esses pensamentos assombrosos, temo meus medos. Temo a visão turva. Temo ficar só, mesmo rodeada de gente. Temo que não me aceitem, mas, principalmente, temo não aceita-las. Temo por minhas dificuldades, temo não superá-las. Temo que minha face caia e que eu saia frágil e desprotegida, sem ela, sem a força dela, sem a imagem dela, e com meu eu a amostra, com meu eu sem segurança, com meu eu solto e fácil de ser quebrado. Temo esses meus absurdos que minha mente debilitada explica com clareza, sem lógica e que é tão real dentro de mim. Temo sem mim. Ah, como temo sem mim, sem minhas histórias, sem minhas loucuras, sem minhas curas, temo sem mim, sem vida, sem queda, sem altos. Temo estar aqui, exatamente aqui, presa em linhas, escrevendo dores ao invés de mata-las, ou tentar mata-las. Temo essa minhas crises. Temo não crescer.

Temo temer.