CHOREI
Nesta manhã de inverno.
Aqui em Milho Verde.
Observando a neblina.
Apoderar-se de tudo e de todos.
Alguns pensamentos.
Fizeram-me chorar.
E o motivo se escondeu na neblina.
O que sei é que chorei.
Por- minha solidão neste momento.
Pelo- lajeado todo esburacado.
Por- um projeto Mãe d’água parado.
Por- um viveiro abandonado.
Pela- sempre viva de fevereiro.
Pelas- bromélias do ano inteiro.
Pelas- gralhas protestando pelo ambiente perdido.
Pelas- tradições perdidas que ficaram no passado.
Pelo- progresso chegando modificando tudo e todos.
Pela- mata cortada sem dó e piedade,
consumida como se alimento fosse.
Pela- terra nua e crua detonada pelo fogo desnecessário.
Pela- falta de amor da união, da paz e da organização.
Quando a neblina se foi.
No por do sol.
Voltei a chorar, não por tudo que chorei antes. Mas por perceber que faço muito pouco para ajudar.
Os menos favorecidos.
Miache confuso
13/09/2013