MOMENTOS

Ao bater no prato, lá vêm todos, algumas, até voam, para ganharem a dianteira, chegando primeiro ao banquete. A última vez que curtir este evento, foi a noventa dias, como todos podem lembrarem, do ritmo de minha batida no prato, no entanto, nem minhas elas são, contudo me trazem momentos de felicidade, nos instantes que estou observando-as e curtindo e analisando sua avareza para manterem sua sobrevivência, para no futuro serem comidas sadias e deliciosas.

Esta bem distante, no rosário, apadrinhado com uma nova égua, a qual não é mais aquele cavalinho amarelo, que tentou me coiçar quando uma banana maçã lhe oferecia, do qual cuidou enquanto era um menino, que por registros do destino, foi derrubado para o andar de baixo, por um motoqueiro imprudente e desastrado em alta velocidade em um asfalto novo, que nos incentiva a altas velocidades, sem darmos valor a vida, que só se tem uma. Falta hoje ele me faz, sinto sua presença em todos os lugares por onde estivermos. Como foi difícil superar a falta de sua companhia, e sua presença por todos os momentos e lugares, o qual junto passamos.

No primeiro assovio de fiu... fiu..., ele para de pastar, no segundo, ele levanta a cabeça empinando as suas orelhas, olhando em direção a casa do campo. No terceiro assovio, ele vem a galope em minha direção, apesar de ser um idoso, ninguém o quer, mesmo sendo dado, tendo em vista que daqui pra frente, só problema trará, lucro nenhum será possível ganhar em seu lombo. Contudo, seu comportamento, me fascina, proporcionando-me alguns segundos de felicidade. Compro pão só para servi-lo, e partilhar de seus momentos de felicidade momentâneos ao meu lado, na porta da cozinha a qual ele só não entra por ter receios de não poder sair, por mim ele estaria dentro de nossa cozinha. Come de tudo, pão doce, banana, biscoito, rosquinha de coco, cenoura, batata doce e tudo mais que lhe ofereço, ele aceita, feliz da vida como se um menino fosse.

Lindo é ver nas casas de fubá, na casa do campo ou na pousada André Luiz, a variedade de pássaros que vem ocuparem seus espaços em busca de suas sobrevivências. São canarinhos da terra a us montões, coleiros a perder de vista, curiós vendidos nas cidades por altos valores. Pardais que também são divinos, assanhaços, azulões que se sentem os donos do pedaço, assustando todas outras espécies quando chegam. Isto tudo me fascina, tento ver um novo visitante com um canto lindo, singelo e sublime, são nestes segundos que sinto a felicidade de estar presente compartilhando com eles estes momentos de prazer.

O por do sol na serra casada, refletindo a serra dos Santos como se um espelho fosse num determinado segundo, que poucos terão o privilégio de perceber e compartilhar com nossa mãe natureza. E o pico do Itambé tombado em toda sua imponência, contando nossa historia desde 1702, enxergado, por alguns nativos que observaram e comprovaram, que quando o pico, estiver usando uma carapuça de neve em sua cabeça, e o galo da igreja do Rosário estiver virado para a serra casada e os dois coqueiros estiverem tombados pelos ventos para o lado do Lajeado. As chuvas estão chegando em muito breve, é tiro e queda. É chuva na certa, assim como se no dia de Santa Luzia, 13 de Dezembro, Santa Luzia, sorrir, janeiro ira chorar, se Santa Luzia no seu dia, chorar, janeiro ira sorrir. Acompanhei por onze longos anos, não falhou em nenhum deles, existe ainda a chuva das goiabas, e a chuva do capim meloso, os quais. Deixo para vocês, descobrirem as crendices.

Há como seria bom se: pudesse somar todos estes segundo de felicidades, para mantê-los juntos a mim durante o tempo que me resta para permanecer neste planeta maravilhoso.

MIACHE CONFUSO

22/10/2013

Miache Confuso
Enviado por Miache Confuso em 12/11/2013
Reeditado em 10/12/2013
Código do texto: T4568364
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