Estalar de Dedos
Não ando sentindo-me bem
Isso já faz um certo tempo
Não gosto de muitas coisas
Ando devagar, não por que me encontrei
Ou por me sentir em paz,
Mas sim por estar perdido
Não gosto dos sorrisos que vejo
Não suporto a maioria das pessoas que me cercam
E é um fato: Eu não confio nos estranhos desse mundo que é mais estranho ainda
Sigo nessa vida como se não fosse minha
Sem olhar para trás, sem conseguir ver o que poderia haver a frente
E a ralidade inevitável de minha vida, o segredo imutável de minha alma é que sempre existirá uma tristeza dentro de mim
Um sentimento vivo uma consciente criatura existente de Deus... Se é que existe um Deus.
O tempo passa
Os dias correm
Envelheço como um desconhecido para mim mesmo
Não gosto de quase nada
Não gosto de pessoas. de seus cigarros fedorentos, de suas bebidas entorpecentes, de suas futilidades com músicas para dançar, com modas sobre roupas, com seus pensamentos miúdos ou repentinos, desejos banais, necessidades fugazes, celulares caros, programas estúpidos de televisão...
Tudo encontra-se longe e temível
Sim. Tenho medo do que tornou-se a dita "humanidade"
E dentro de tudo isso, desse espiral inquietante, sinto um insuportável sentimento por fazer parte da mesma raça que busco me distanciar
E depois de tudo isso escrito oque me vem a mente é que a única certeza exata que a vida nos ensina é:
Os anos acabam-se num estalar de dedos e que todas as chances e sonhos ficam para trás.