LIMITES...

Ultrapasso os limites da pele. 

Sou corpo vivo fora de corpo morto, 

viajo de poro em poro, 

olhando para dentro de mim, 

de fora, a olhar o resto, de olhar cheio, 

mirando o vazio. 

Acontece, dá-se, existo, 

sinto-me, toco-me, e penso 

que não consigo pensar. 

As árvores que dançam e sacodem os suaves 

e frescos pingos de chuva, sabem, 

tão bem como eu, que esta noite, 

sou intelectualmente mais espírito que corpo. 

E de onde ninguém me consegue ver, 

sou atirado para o infinito buraco negro

de meus pensamentos.