As vezes

As vezes, bate-me uma vontade imensa de mudar o mundo, o pensamento voando a mil vai aonde jamais imaginei existir em busca de soluções para realizar meu sonho e volta decepcionado. Lá também está povoado de humanos e como não poderia deixar de ser, humanos são diferentes, pensam diferente um do outro, uns querendo a paz e outros não, uns achando que a guerra é a solução de tudo e outros não, e então, retorno-me a minha insignificância.

As vezes penso que sou um Super humano, viajo em minha imaginação detonando tudo e todos que não pensam como eu, limpando o mundo daqueles que o tornam tão indesejado de morar, mas logo minha realidade bate forte trazendo-me de volta, paralisando o meu pensamento. Bom seria que eu não tivesse a capacidade de pensar, pois assim não sofreria de tristeza por viver num mundo tão desigual.

As vezes recolho-me num canto longe do alcance dos olhos de todos e choro, é um choro de impotência, de querer fazer e não poder, de ser mais que uma luta internamente para ver o mundo livres das mazelas que o faz feio, quando poderia ser imensamente feliz e bonito. Mas tenho que me conter em ser apenas mais um.

As vezes ao olhar gente feliz sinto também a felicidade invadir o meu ser, contagiando-me de amor ao próximo e pensar, porque isso só acontece as vezes? Outra vez sou obrigado a recolher os meus pensamentos saudáveis, porque logo ali na frente alguém chora mais uma perda, arrancaram-lhe um pedaço do coração, levando bruscamente quem muito amava.

Estamos chegando no Natal, por uns dois ou três dias a população esquece as turbulências mundanas para dar mais atenção às coisas boas da vida, a fraternidade, a união e o amor ao próximo e nesses dias desponta uma caridade jamais vista, pena que logo volta tudo ao normal, ou seja, a anormalidade de sempre.

As vezes, mas só as vezes , me sinto realizado por fazer parte dessa sociedade, pena que só as vezes.

ChangCheng
Enviado por ChangCheng em 11/11/2013
Reeditado em 12/11/2013
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