A tona

Minha mente bem longe, e do nada me veio pensamentos turbulentos, e como lhe dar com tamanha dor quando ela vem do nada?

Desejos obscuros, malignos? Não! Desejos ocultos e antigos vindo à tona. E os meus sonhos? Desaparecem a cada gole desse vinho, e a cada gole afogo as minhas lágrimas que tentam sair a qualquer custo.

E por que tamanha dor? Já não estava tudo bem? Já não escrevia mais, e... É que hoje apareceu mediante a falta de alguma coisa que ainda me falta.

As batidas do meu coração já não consigo escutar, pois tento prender minha respiração até me encontrar em cada fluxo do meu sangue caído no chão.

Desejo me deitar, me despedir e já não acordar mais, desejo me perder em um sono eterno, e não há nada nesse momento que vá mudar as cascas de feridas que se alojaram em meu coração, dói, dói aponto de querer gritar, de querer e expor ao mundo a minha dor através de um grito horrendamente alto, que possa medir o tamanho da ferida que sangra aberta aqui dentro.

Ninguém poderia entender ninguém poderia mergulhar em meu olhar e se envolver com essa dor.

Quantas voltas o mundo deu, e eu ainda no mesmo lugar, enxergando pessoas a todo o momento mudando conforme os dias avançam. Mas eu? Eu estou parada ainda no mesmo lugar, com tamanhos pesos de milhões de quilos em minha alma.

É que está tão frio aqui, é que está tão escuro, é que não enxergo ninguém que possa me dar a mão e caminhar comigo, e em cada página da minha vida me apontar onde errei, onde foi que tudo começou a se arruinar.

É que... Eu queria me deitar, me despedir e já não acordar mais, desejo me perder em um sono eterno e profundamente sem volta.