Ventania
O vento brota da respiração mais forte da atmosfera, deixando o mar de ondas lentas, mas arrebatadoras, diante da lua fluorescente.
Debaixo das pedras do mar não compactuamos o sossego dos animais marinhos. O vento, o sopro ali nem parecem encontrar um ninho para se alojarem. O vento não passa por lá, só a brisa que envolve a maresia.
Peixes parecem flutuar.
Ventania?
Apenas das ondas do mar. Faces complementam-se com a brisa a lhes tocar.
Canções parecem ecoar, são como as harpas a encantar, parecem formar o clássico em que surgem as frases quando os poetas inspiram-se diante das ondas do mar.
Nas janelas, as frestas sabem perfeitamente separar o som que vem de fora, do som que brota mais forte do lado de cá.
No entanto, na atmosfera do íntimo, no filtro das artérias, no desabrochar das pétalas, o jardim vai sendo embalado pelo toque da brisa na madrugada tão silenciosa comparada à ventania que embala as ondas do mar.
Da madrugada parte o toque sutil e brota a respiração da atmosfera sossegada sendo observada pela lua fluorescente, ainda que o oceano seja conduzido como uma orquestra levado pela ventania
Ventania?
Apenas das ondas do mar.