Papel.

PAPEL.

O título refere-se à representação teatral sob certo aspecto que não é adequadamente divulgado, e que observo poder ser útil à convivência...

“Representar”, interpretar, reproduzir, retratar etc., em suma, significa fazer-se passar por alguém (ou coisa), daí o nome “personagem” (personae = máscara), exercendo o que se conhece pelo nome de PAPEL.

A própria vida depende, em muitos casos, da REPRESENTAÇÃO, ou seja, o que penso sobre mim mesmo, e o que os outros pensam sobre mim, isto é, qual a impressão que tenho de mim para comigo, ou têm a meu respeito. Deste modo, a começar pela minha aparência (“mis en scene”), que impressão causo... Assim, numa floresta, “solitário”, posso representar, para um animal bravio, indiferença, temor, mais um alimento etc.

É comum a criança, com idade para ter algum senso crítico, realizar verdadeiras cenas “teatrais” quando se passam por heróis e heroínas, médicos e medicas, mães e filhas (brincar de boneca) etc. – são inatos atores e atrizes que dão vida às personagens.

No dia-a-dia, dependendo do lugar (palco) para onde se vai interpretar também a aparência toma lugar de suma importância: não se anda nu pelas ruas; nem se vai à praia de terno, ou, a um velório com roupa de banho etc. Logo em seguida, o gesto, a voz etc., tudo de acordo com a personagem a ser interpretada – aqui, o controle sobre as próprias emoções e sentimentos ocorre, mesmo que haja motivos e razões, não se mostrando feliz num velório, ou, infeliz numa festa de aniversário etc.

Assim, nos países chamados "primeiro mundo" (diferentemente daqui quando ser ator ou atriz muitas vezes significa popularmente ser falso, ter dupla identidade etc. ou ter atividade como mero deleite, ou ainda para "aparecer" no palco ou na TV), lá, desde tenra idade, a Educação inclui o estudo de textos e peças teatrais com a finalidade de fazer com que o educando entenda, compreenda, apreenda e aprenda a melhor relacionar-se com o meio (principalmente pessoas) em que convive no quotidiano, podendo evitar ou reduzir desnecessários conflitos, a par do acréscimo cultural, sabendo comunicar-se através da representação - como apresentar-se, comportar-se (gestual; falar - voz: tom, altura, modulação...) etc.

Da aparência aos gestos, a voz etc., a interpretação é fundamental...

Portanto, é da natureza humana representar – ser ator ou atriz.

Bjs.

Rodolfo Thompson. 09/11/2013.

P. s. Stanislawski deve ser lido (e estudado) – mesmo que seja para a “simples” convivência!