Como pode (8)


Como posso achar que realmente amo, que sou realmente capaz de amar em toda essência do que seja amar, se sequer aprendi a respeitar a todos os outros, em especial os diferentes de mim, os distantes de mim, os que comigo não comungam, os que não vejo, ou então aqueles que são naturalmente excluídos e abandonados? Amar enquanto uma palavra, um termo, ou um ideal, é algo bonito, mas inútil em si mesmo. A realidade do verdadeiro amar é muito complexa. Já que amar de verdade, em especial amar aqueles que estão longe de mim é algo bem teórico, fácil de falar e difícil de fazer, fácil de nos enganar e difícil de nos comprometer, entendo que seria muito mais humano, prático e social, se como desafio maior nos propuséssemos a respeitar todos os humanos, mas também respeitar toda a vida e a própria natureza que possibilitou que a biologia surgisse da física e da química, e que da biologia, por adaptação e seleção, surgisse a mente. Respeitar talvez esteja bem aquém do amar, mas é por si só mais real, pratico e já é um grande caminhar na construção de um legítimo sentido e sentimento do verdadeiro amar.

 
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 07/11/2013
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