Um corpo viciado
O que dizer de um corpo viciado, um óculos e um isqueiro? Porque não dize-lo que ele, (o corpo) se entedia facilmente.
Melhor explicar isso com calma. Com calma é que o corpo finaliza a vontade do querer orgânico, que além da ligação natural que exige, também provoca um vício, um movimento. Aliás, gostaria de propor como paradigma esse vício do corpo, por tudo que se movimente com a vida, antes até biológica. Ele, no seu princípio genético já se propõe em movimento (geração e corrupção). Diria até que, para conjugar exemplos mais práticos, um bebê, no seu nascimento, se entedia facilmente com o movimento da vida. O prazer, a necessidade dele, já vem moldada com a ligação biológica do corpo com o movimento da vida.
Dizer isso, é dizer um monte de conjuntos complexos que imagino ser melhor deixar para uma outra ocasião. No momento, gostaria de me prestar a fazer um movimento mais simples.
Do movimento do princípio humano que tentei demonstrar no primeiro parágrafo, diz respeito também aos vícios do homem que me proponho a investigar no momento. Destes o movimento substancial, da matéria como citei acima, até o movimento do deslocamento, que acontece também na fase materna com o ninar da sociedade contemporânea.
Sem mais complicações de ordem necessárias, o que me ponho em espanto diz respeito aos pontos principais da questão. A primeira é a necessidade da pura realização do vício. E em seguida, a satisfação e a felicidade provinda da realização. Esses completam a ordem que como dizem, em si, são relativas com a verdade, afinal, o vício é particular, e apesar de estarem num conjunto universal, os grupos de viciados são distintos um dos outros. Sejam eles viciados em café, outros menores em peito, mais a frente viciados em drogas, sexo, etc. Todos esses vícios catalogados e os demais que existem, só nos dá indício de que as características do corpo social, biológico e racional, implicam na atividade repetitiva do individuo, que fará no tempo presente, esquecer o vício e invocar felicidade no seu uso.
Hoje sou viciado em isqueiro, óculos e pesquisa. Ontem fui viciado em exercício, frenesi e choques. Nesse ritmo, imagino que estou no meu caminho biológico. E vendo de cá pra lá, ou de algum lugar que eu funcione como individuo social, sempre enxergo "nossas mascaras sociais", como dizia Clarice Lispector. Com isso, devo-me ao vício e proponho reflexão aos que se arriscam refletir.