Algo foi levado...
Não sei se uma parte de mim ficou nela ou se parte dela ficou em mim. Sei que algumas vezes sinto que falta alguma coisa, mas não consigo descobrir se é um pedaço meu que ela levou ou se é o resto dela que eu já não tenho mais. Amar é traiçoeiro: não é uma escolha, nem tem forma de burlar ou de esquecer. Quando a falta surge, é como se sua alma se queimasse em brasas, fraca e lentamente, esperando ser banhada novamente pela sua fonte. O coração dá a sensação de querer sair pela boca e te sufoca, enquanto você deseja que ele saia de vez e vá buscar o seu porto seguro de volta. As lágrimas escorrem, as dúvidas corroem. Afinal, sempre haverá uma dúvida em questão do sentimento ter sido sincero em ambas as partes... e se foi, por que deixou partir? E será que sentimentos sinceros aceitam despedidas? Ou corações partidos? Ou até mesmo expectativas partidas? Não seria o amor aquele que cuida, aquele que supera todas as fases, aquele que dá mais uma chance, aquele que se mantém apesar dos apesares? Ou teria sido tudo apenas uma grande mentira, uma grande ilusão? E você ainda tenta entender o motivo daquela foto ainda estar guardada, daquele jeito distante ser sempre lembrado. Amar é racionalmente irracional, é incontrolável. É por isso que acima de tudo que eu tive que passar depois que ela se foi, eu ainda sinto falta. E quanta falta me faz...