Alma consumida...
“Sobre mim há dois corvos que me dizem o que devo ou não fazer. De hora em hora a morte vem me visitar. O egoísmo é meu parceiro de bar e a felicidade é o mendigo que eu vejo estirado na calçada ao sair do mesmo. O companheiro de copo permanece imóvel ao meu toque e, de tempos em tempos me finta as mãos por causa dos anéis e alianças que carrego. Digo a ele que são provas de amarguras, loucuras e saudades, mesmo assim ele sempre me olha com aquele olhar. A dor me acompanha até em casa e, da porta ela não quer passar; disse-me que há coisas piores lá dentro a me esperar. Eu me despeço segurando sua mão, ela beija meu rosto como uma forma de consolo. A cama me abraça como demônios possuindo a minha alma. Aquela sensação me afaga. A noite cai… Fantasmas… As sombras danças, as lamurias e gritos se tornam melodia. A vida se esvai aos poucos. E após a primeira apunhalada tocar meu coração eu penso; como pode a dor estar tão certa? A noite não acabou aquele dia para mim…”