Vergonha alheia

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     Sabe aquela sensação desconfortável que você sente quando presencia alguém fazer algo desagradável, se expor ao ridículo, e você deseja um buraco para sumir, para não ver aquilo? Já aconteceu com você algo assim?

     Pois o fenômeno se chama Vergonha Alheia e se manifesta cada vez que uma “vítima” nem se dá conta do “mico” que protagoniza e você morre de vergonha por ela...
     Nosso lado racional diz imediatamente: A vida é dela, o que você tem a ver com isso? Nada vezes nada, mas como evitar a sensação de vergonha?

     Dá vontade até de pedir desculpa, de dizer “Pai, perdoa. Ela não sabe o que faz”. “Desculpa, nosotros não somos assim, não agimos assim!
     O “mico” é dela, sabemos, mas como não se envergonhar quando você presencia alguém destratar uma pessoa apenas porque sua condição social é, aparentemente, maior?
     Como não se envergonhar quando uma pessoa adulta banca o adolescente inconsequente em público?  Quando protagoniza um ato preconceituoso?
     Como não ficar constrangido diante de alguém que vive puxando o saco de quem está no poder e pedindo favores o tempo todo?
     Como não se envergonhar quando alguém que devia dar o exemplo, como os educadores (as), deseducam com seus atos?  
     Como não se envergonhar quando alguém de suas relações diz ter o que não tem e diz ser o que não é, na sua frente?
     Como não se envergonhar do vexame de uma cena de ciúme? Como não se constranger diante de uma pessoa que implora a atenção de outra que parece nem notar sua presença?
     Não sei, mas tenho cada vez mais vergonha (e raiva, ás vezes) de alguns espécimes da minha espécie.
     Desculpa aí, viu?