Diante da Porta.

Existem certos dias em que você pensa que todos ignoram você. Que, de repente, algumas coisas parecem distantes demais e você começa a se perguntar 'Ei, o que eu fiz de errado?'. Mas é claro, talvez não tenha uma resposta. Nem mesmo para 'Estou pagando por algo que fiz?'. Mas ninguém nunca disse que viver era sinônimo de alegria constante.

Porque, talvez, exista algo segurando você. Talvez o vento vá na direção contrária, e isso atrapalha um pouco. Talvez a porta simplesmente esteja trancada. Você não possui a chave... E algum dia procurou por ela?

Porque não começar agora?

Sim, você não sabe como ela é. Como procurar por algo que jamais sentiu? Como saber se é 'a chave' se jamais lhe deram a oportunidade de usá-la?

E porque você usaria?

Teria alguém esperando do outro lado? Ou só a fechariam novamente?

Porque existe o medo de que não lhe deixem sair do exílio. Sempre preferiram as outras portas. Sempre foram as outras chaves as cobiçadas pela curiosidade. Será que alguém, algum dia, pedirá para que procure a sua?

As vozes em sua prisão insistem. 'Abra logo essa porta.', 'Saia, atenda.', 'Onde está a sua chave?'. Nenhuma delas, no entanto, se permite compreender que a decisão não é apenas sua.

A primeira ação, talvez, necessite de um incentivo vindo de fora. 'Ei, estou aqui, abra essa porta.'. Não há motivos para se destrancar se não houver alguém esperando para entrar.

Os cantos do quarto continuarão escuros. Nas sombras até que alguém se arrisque a bater na porta. Até que alguém me peça para procurar a chave e não vá embora enquanto giro a maçaneta.

JCast
Enviado por JCast em 24/10/2013
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