A dor de um semelhante
A dor de um semelhante, qualquer um, ou mesmo de um animal, não pode ser somente um evento externo, alheio ao nosso ser e ao nosso existir, não pode passar imune e impune a nossa realização do viver.
Quando presenciamos dor, sofrimento, miséria, fome ou pavor, e este fato se nos parece apenas externo ao nosso ser, estamos muito longe de nossa humanidade, estamos afastados daquilo que deveria nos identificar como seres sociais.
Como humanos, minimamente saudáveis mentalmente, deveríamos interiorizar o que vemos ou presenciamos, nem que por pura empatia, e deveríamos sentir certa dor, certo pavor ou certo sofrimento, pois ser humano é naturalmente ter a capacidade de nos colocar no lugar de nosso semelhante ou mesmo de um animal que observamos. Quem não liga para os animais, não liga igualmente para os humanos, pois que somos animais por natureza, por mais que deseje nos enganar, ou se enganar, ele liga apenas e tão somente para os seus, e para aqueles que lhe aprouver algum interesse.
É natural que a fome, a miséria, o sofrimento, o pavor, o abandono, a exclusão social ou mesmo a autodefesa pela sobrevivência, acabe por adormecer, maquiar e anestesiar este lado humano, pois entorpece e “enlouquece” nossa relação de entropia contra uma sociedade que lhe larga ao abandono do azar, e pela luta de sua sobrevivência, o altruísmo fica totalmente relegado, e o respeito humano fica esmagado entre a dor do abandono por um lado e a necessidade de conseguir algo ou destruir o que aqui está por outro.
Mas seria no mínimo grotesco e insensível crer que a sociedade é o que é pela dor dos excluídos, é o contrario, a sociedade por que é desumana, insensível, hipócrita, vaidosa, prepotente, egoísta e miserável no que concerne ao sentimento de humanidade, leva a segregação social de muitos, ao abandono de outros, a miséria de vários, e a inação de muitos outros. A pobreza não é culpa, não é a causa, é o efeito repugnante do que a sociedade é. A miséria é o resultado nojento do que somos enquanto seres sociais. A frieza, a insensibilidade, a indiferença, a apatia e o desligamento emocional para com os semelhantes e para com os animais está crescendo epidemicamente. Cada vez mais a dor dos irmãos parece incomodar cada vez menos a sociedade como um todo, cada vez mais passamos no dia a dia por mais miseráveis na rua e continuamos nossas vidas como se nada estivesse acontecendo. Cada vez mais acabamos por desejar que estes miseráveis sejam retirados das ruas, de nossa vizinhança, não por uma melhora social, por uma inclusão humana, mas apenas para que não nos incomode o ir e vir e para que aumente nossa segurança, uma vez que nossa humanidade cada vez mais se restringe a buscar nossa paz, nossa felicidade, nossa salvação, e o que será feito deles é o que menos importa, isto é avassaladoramente repugnante, abominável, detestável, e desprezível para uma sociedade que se arvora minimamente humana, mas onde cada vez mais, a maioria de nós, se esconde por detrás de falsas crenças de salvação para os mais pobres, isto porque não somos nós mesmos que lá estamos, ou não são nossos filhos.
Porque isto? Simplesmente porque para humanos de verdade ainda nos falte muito, e me parece mais ainda, que ao contrário de estarmos nos aproximando de algo minimamente humano, estamos na verdade cada vez nos afastando de nossa característica de humanos.
Posso estar errado, gostaria muito de estar, gostaria muito de acreditar que aqueles poucos que realmente sofrem pelos irmãos, por todos os irmãos, de qualquer raça, credo, crença, cidadania ou nacionalidade pudessem ser muito mais do que são, e que tivessem realmente a revolta instalada em seu ser, e que além de fazer caridade, pudessem se lançar em forte movimento politico e social de transformação do que aqui está.
A dor de um semelhante, qualquer um, ou mesmo de um animal, não pode ser somente um evento externo, alheio ao nosso ser e ao nosso existir, não pode passar imune e impune a nossa realização do viver.
Quando presenciamos dor, sofrimento, miséria, fome ou pavor, e este fato se nos parece apenas externo ao nosso ser, estamos muito longe de nossa humanidade, estamos afastados daquilo que deveria nos identificar como seres sociais.
Como humanos, minimamente saudáveis mentalmente, deveríamos interiorizar o que vemos ou presenciamos, nem que por pura empatia, e deveríamos sentir certa dor, certo pavor ou certo sofrimento, pois ser humano é naturalmente ter a capacidade de nos colocar no lugar de nosso semelhante ou mesmo de um animal que observamos. Quem não liga para os animais, não liga igualmente para os humanos, pois que somos animais por natureza, por mais que deseje nos enganar, ou se enganar, ele liga apenas e tão somente para os seus, e para aqueles que lhe aprouver algum interesse.
É natural que a fome, a miséria, o sofrimento, o pavor, o abandono, a exclusão social ou mesmo a autodefesa pela sobrevivência, acabe por adormecer, maquiar e anestesiar este lado humano, pois entorpece e “enlouquece” nossa relação de entropia contra uma sociedade que lhe larga ao abandono do azar, e pela luta de sua sobrevivência, o altruísmo fica totalmente relegado, e o respeito humano fica esmagado entre a dor do abandono por um lado e a necessidade de conseguir algo ou destruir o que aqui está por outro.
Mas seria no mínimo grotesco e insensível crer que a sociedade é o que é pela dor dos excluídos, é o contrario, a sociedade por que é desumana, insensível, hipócrita, vaidosa, prepotente, egoísta e miserável no que concerne ao sentimento de humanidade, leva a segregação social de muitos, ao abandono de outros, a miséria de vários, e a inação de muitos outros. A pobreza não é culpa, não é a causa, é o efeito repugnante do que a sociedade é. A miséria é o resultado nojento do que somos enquanto seres sociais. A frieza, a insensibilidade, a indiferença, a apatia e o desligamento emocional para com os semelhantes e para com os animais está crescendo epidemicamente. Cada vez mais a dor dos irmãos parece incomodar cada vez menos a sociedade como um todo, cada vez mais passamos no dia a dia por mais miseráveis na rua e continuamos nossas vidas como se nada estivesse acontecendo. Cada vez mais acabamos por desejar que estes miseráveis sejam retirados das ruas, de nossa vizinhança, não por uma melhora social, por uma inclusão humana, mas apenas para que não nos incomode o ir e vir e para que aumente nossa segurança, uma vez que nossa humanidade cada vez mais se restringe a buscar nossa paz, nossa felicidade, nossa salvação, e o que será feito deles é o que menos importa, isto é avassaladoramente repugnante, abominável, detestável, e desprezível para uma sociedade que se arvora minimamente humana, mas onde cada vez mais, a maioria de nós, se esconde por detrás de falsas crenças de salvação para os mais pobres, isto porque não somos nós mesmos que lá estamos, ou não são nossos filhos.
Porque isto? Simplesmente porque para humanos de verdade ainda nos falte muito, e me parece mais ainda, que ao contrário de estarmos nos aproximando de algo minimamente humano, estamos na verdade cada vez nos afastando de nossa característica de humanos.
Posso estar errado, gostaria muito de estar, gostaria muito de acreditar que aqueles poucos que realmente sofrem pelos irmãos, por todos os irmãos, de qualquer raça, credo, crença, cidadania ou nacionalidade pudessem ser muito mais do que são, e que tivessem realmente a revolta instalada em seu ser, e que além de fazer caridade, pudessem se lançar em forte movimento politico e social de transformação do que aqui está.