Amores antigos, perdidos e revividos...

Um amor antigo é sempre complicado de lhe dar...

Na maioria das vezes pensamos, em vão, diga-se de passagem, que o superamos que esse amor já não faz mais parte da nossa história, puro engano...

Num dado momento de puro oportunismo do destino, se assim podemos dizer, o reencontro acontece, trazendo uma avalanche de sentimentos, confusos, estranhos, mas de natureza e índole boa, porque vejamos, estamos tratando de um amor antigo, mal resolvido, talvez porque fosse aquele amor de ordem platônica, por ser no auge de uma infância cheia de surpresas...

Surpresas essas que não foram tão boas assim, onde perspectivas e estimativa de vida estavam em jogo, e a roda da vida parecia ter dado uma guinada pra rumo desconhecido, onde a distância era a única coisa realmente concreta.

O tempo passou, tantas mudanças aconteceram, as torres gêmeas desabaram, o Brasil foi pentacampeão, uma mulher tornou-se presidente, novas pessoas surgiram, paixões desmedidas ganharam espaço no contorno da vida, uma nova vida surgiu, histórias se moldando, relacionamentos se fortalecendo, e o amor antigo parece ter sumido...

Depois de longos anos vivendo vidas diferentes, com perspectivas diferentes, tudo diferente, numa tarde ensolarada, de uma semana qualquer, os olhares se encontraram, e tudo ganhou um novo contorno, precipitações e indagações moldaram os primeiros instantes, mas não foi o suficiente pra dizer adeus, em definitivo aquele sentimento feroz que ardia no âmago da sanidade...era preciso viver aquilo...como?

Eis que o destino mais uma vez se impôs, e numa noite de um domingo qualquer, num lugar qualquer, onde uma música qualquer ecoava no ambiente, dois corpos estavam ali, desafiando a Lei de Newton, ocupando o mesmo lugar no espaço, sentindo a mesma vontade fulgás de se entregar aquele sentimento, que por anos foi sufocado, que jamais foi vivido, e que talvez só tivesse aquela chance de ter acontecido, e aconteceu...pânico, terror e aflição! A sorte estava lançada, e tudo parecia de uma certa forma, fazer algum sentido...mesmo a distância insistindo em se fazer presente, nesse exato momento ela parecia mais ser uma aliada, do que inimiga de fato, pra que finalmente esse sentimento pudesse ser percebido...

As dúvidas que surgirão no caminho serão sempre uma constante, como saber se a recíproca desse sentimento é verdadeira? Como tornar real e concreto a vontade de estar perto? Como se fazer presente, mesmo estando definitivamente longe? Como? Por quê? Será?

O fim talvez esteja longe, aguardar é a única e a mais insana das opções, mas é a que nos cabe agora...