DE CURAS; DE SALVAÇÕES

NA MANHÃ DE 22 DE OUTUBRO DE 2013

1. Cura para o que sinto por ti? Não há.

2. Se há, não a quero. É tarde demais para curar-me do que sinto por ti.

3. Poucas coisas têm cura no meu mundo; por que haveria de querer curar-me de ti?

4. Nunca saberia como curar-me de ti, ainda sabendo que te curaste de mim.

5. Curar-me de ti seria curar-me de mim, e eu não tenho cura de mim.

6. Não tenho cura de mim, logo, não tenho cura de ti.

7. Só me haveria salvação se eu tivesse cura de mim.

8. Se eu me curasse de mim, poderia curar-me de ti.

9. Saber que te curaste de mim não me cura de ti.

10. Gostaria de que houvesse, ainda, alguma espécie de salvação.

11. Alguma espécie de salvação para mim, já que te salvaste de mim.

12. Já que te salvaste de mim valeria, talvez, eu me salvar de ti.

13. Preciso salvar-me de mim, se quero salvar-me de ti.

14. Queria saber se te salvaste de ti, para te salvares de mim.

15. Se te salvaste de mim, certamente, te salvaste de ti.

16. Se não te salvaste de ti, salvaste parte de teu mundo.

17. Eu salvei nada de mim; salvei nada do meu mundo.

18. Se eu não me salvar de mim, que eu salve algo do meu mundo.

19. Se eu salvar algo do meu mundo, me salvarei de ti?

20. Urge que eu salve algo do meu mundo, mesmo que não me salve de ti.

21. Que eu salve algo do meu mundo, mesmo não me salvando de mim.

22. Preciso salvar algo do meu mundo, assim como salvaste parte do teu mundo.

23. Salvaste parte do teu mundo; não tenho certeza se te curaste de mim.

24. Salvar algo do meu mundo não me garante que eu me cure de ti.

25. Haverá cura para o passível de cura; e, nem esquecer-te, nem partir de ti.